Amorim propõe que Irã troque urânio em ''transação privada''

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Por Felipe Werneck
Atualização:

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, reuniu-se ontem no Copacabana Palace com o chanceler Celso Amorim e ouviu do brasileiro uma sugestão para permitir que o Irã receba combustível nuclear em troca de urânio por meio de uma "transação privada". "A principal questão é como operar essa simultaneidade, como permitir que, ao mesmo, tempo fique claro que o Irã está colocando de lado desde já uma parte do seu estoque de urânio e possa receber de volta os elementos combustíveis. Bem, o Irã não tem confiança em alguns países e os países não têm confiança no Irã, então qual é a única maneira? Isso você faz até numa transação privada. Você tem um depositário fiel, que pode ser um terceiro país. Isso é uma sugestão que estamos fazendo", disse Amorim, em rápida entrevista após a reunião. Para ele, se houver "boa vontade", não se trata de uma "coisa impossível". Questionado se o Brasil poderia participar dessa negociação, ele disse que não será preciso, porque há países mais próximos. Apesar de classificar a questão como "complexa", Amorim avaliou que o "hiato" entre o que o Irã está disposto a fazer e a proposta original apresentada em outubro pela AIEA "não é tão grande quanto muitas vezes se diz que é".

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