Análise: Amadorismo compromete combate ao terror

Num nível muito mais básico, parece que Trump ignora completamente como as coisas que diz podem criar problemas

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Por Aaron Blake
Atualização:

Arrogância e gritante amadorismo estão acabando com Donald Trump quando se trata de seu problema com a Rússia. E essa é a explicação mais piedosa.

Primeiro, tomou a decisão de se reunir com altos funcionários russos um dia depois de tomar a muito questionável decisão de demitir o homem que chefiava a investigação do FBI sobre a Rússia, James Comey. Agora, o Post informa que Trump compartilhou informações altamente sigilosas que podem ameaçar uma valiosa fonte de inteligência na luta contra o EI. 

Trump recebe na Casa Branca o chanceler russo, Serguei Lavrov (E) e o embaixador da Rússia nos EUA, Serguei Kislyak Foto: Divulgação / Casa Branca

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Vivemos numa constante busca de explicações alternativas para as coisas desequilibradas que Trump faz. Talvez os tuítes funcionem. Talvez seus comentários ofensivos sejam calculados. Talvez ele esteja apenas desviando nossa atenção. Mas a demissão de Comey e a revelação de que Trump compartilhou informações sigilosas com a Rússia no Salão Oval mostram um quadro muito claro.

Esse é um presidente que atira sem mirar. Uma coisa é proferir insultos durante as primárias de New Hampshire; outra, muito diferente, é pôr em risco, ao falar sem pensar, o combate ao terror.

Num nível muito mais básico, parece que Trump ignora completamente como as coisas que diz podem criar problemas – tanto subjetivos como reais para a luta contra o terrorismo. Ele deixa que sua arrogância roube o melhor dele ao se gabar do poder e das informações que detém. Trata-se de uma série de erros conjuntos que só podem ser explicados pela existência de um ego extraordinário e a ausência de um anjo da guarda. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ É JORNALISTA

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