O presidente da China, Xi Jinping, proclamou nesta semana o nascimento de uma “nova era” para o país. Até agora, porém, a nova era pouco oferece às mulheres. Embora as chinesas estejam em média mais ricas, educadas e saudáveis do que eram, especialistas dizem que elas estão perdendo terreno em relação aos homens, por exemplo, em salários.
+PC chinês rompe tradição e apresenta nova cúpula sem indicar sucessor de Xi
A participação política também não avançou em se tratando de cargos de liderança. Nas décadas que se seguiram à tomada do poder pelos comunistas, em 1949, nem mesmo uma mulher foi nomeada para o mais alto círculo do partido. De 2012 a 2017, o Politburo teve duas mulheres – o recorde desde 1969.
“A baixa representatividade na política é um problema antigo e, diferentemente do que ocorre em outras áreas, não dá sinais visíveis de melhora”, disse Xiong Jing, diretora da ONG Feminist Voices, de Pequim.
A abordagem de Xi sobre as mulheres é conflitante. Em 2015, cinco feministas chinesas foram detidas quando planejavam fazer um ato pacífico de protesto para marcar o Dia Internacional das Mulheres. Meses depois, Xi reafirmou na ONU “o compromisso da China com a igualdade de gênero e o progresso das mulheres”.
+ Partido Comunista da China, ‘o maior partido do mundo’
Maya Wang, pesquisadora do Human Rights Watch, em Hong Kong, disse que o governo chinês tem meios de promover isso. Segundo ela, é urgente aprovar uma lei abrangente que inclua uma clara definição de discriminação e incentivar empresas para contratar mais mulheres”.
A China não está nem de longe sozinha quando se trata de governos de homens em detrimento das mulheres. No entanto, se Xi realmente quer a inclusão das mulheres, elas devem estar presentes. Os números mostram o contrário. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ