
05 de setembro de 2013 | 02h12
McCain chamou Paul e seu grupo de "malucos". Paul sugeriu que falcões como McCain eram "repugnantes". McCain foi o candidato republicano à presidência e Paul é um possível competidor em 2016. Hoje, eles são os principais porta-vozes das respectivas alas do partido.
McCain defende há a intervenção. Depois de se reunir com o presidente Barack Obama, na segunda-feira, ele disse que será "catastrófico" se o Congresso não aprovar a intervenção militar. Paul é contra e montará um lobby ao lado daqueles que acham um risco o envolvimento dos EUA em mais uma guerra.
Mas, mesmo os republicanos que não gostam de Paul reconhecem que o país está cansado de guerras e há uma profunda falta de confiança em Obama. Paul sabe que a votação é a chance de imprimir um novo rumo ao centro republicano em matéria de política externa.
O debate lhe dá a chance de se restabelecer como a voz do Tea Party. Para os republicanos preocupados com as eleições de meio de mandato, no próximo ano, a batalha é uma manobra diversionista. Eles prefeririam que o foco se mantivesse em questões como impostos, gastos e a reforma do sistema de saúde. No entanto, a decisão sobre a Síria tem também implicações para as eleições presidenciais de 2016.
Os futuros candidatos serão obrigados a escolher entre o desejo dos ativistas do Tea Party, que se opõem a um ataque, e o dos republicanos tradicionais, em cujas fileiras se incluem alguns dos principais doadores e financiadores de Israel, com os quais os candidatos costumam se alinhar. Como os falcões sabem, o "sim" para a ação na Síria colocará os possíveis rivais de Paul, como o senador Marco Rubio, do mesmo lado de Obama. Para o estrategista Dan Senor, Paul está em posição confortável. "Ele é um político habilidoso e saberá explorar esses sentimentos", disse.
TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA
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