
28 de setembro de 2020 | 05h00
O presidente Donald Trump enquadrou o primeiro debate da eleição geral como um teste para seu oponente, o ex-vice-presidente Joe Biden.
No entanto, ele simultaneamente manteve o nível tão baixo por tanto tempo que muitos de seus apoiadores – tendo assistido a vídeos nada lisonjeiros e muitas vezes manipulados de Biden em anúncios de campanha de Trump ou na Fox News – agora esperam que o presidente “esfregue no chão” um oponente incoerente em algo parecido com uma luta de WWE. Os democratas – e até mesmo alguns republicanos – acreditam que isso provavelmente não acontecerá.
A noção enganosa de que Biden está muito confuso para assumir a presidência foi impulsionada por Trump desde 2018, quando ele começou a se referir ao ex-vice-presidente como “Sleepy Joe” (‘Joe Dorminhoco’). Desde então, em discursos, entrevistas e comícios, Trump vem elaborando uma narrativa que retrata o ex-vice-presidente como alguém de pequena estatura física e mental, na esperança de fazer os eleitores acreditarem nisso.
Mais recentemente, o presidente lançou a conjectura infundada de que Biden usava drogas para melhorar o desempenho. Os aliados de Trump levaram o assunto ainda mais longe. O deputado Joe Murphy, da Carolina do Norte, afirmou abertamente no mês passado que Biden sofria de demência.
Tudo isso significa que se Biden não parecer fraco, o tiro saiu pela culatra. Brett O’Donnell, um estrategista republicano que treinou candidatos para debates, disse que a campanha de Trump pode ter dado a Biden um presente não intencional.
* SÃO JORNALISTAS
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