Análise: Ex-vice-presidente vence em Estados que serão fundamentais

As primárias nem sempre servem como indicador confiável da participação nas eleições gerais, mas o sucesso de Biden pode ser um bom presságio em uma batalha contra Trump

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Por James Oliphant e Steve Holland
Atualização:

Com Bernie Sanders nas cordas, Joe Biden pode agora voltar sua atenção para a disputa contra Donald Trump. O ex-vice-presidente americano ganhou apoio em Estados cruciais para quem quer ser presidente dos EUA. Na terça-feira, ele derrotou Sanders na Flórida e no Arizona, que serão importantes campos de batalha nas eleições contra o republicano. 

Mesmo em meio à pandemia de coronavírus, que paralisou a vida dos americanos, o comparecimento foi alto, em parte porque muitos eleitores votaram antecipadamente, mas também porque o entusiasmo dos democratas está elevado.

O pré-candidato democrata Joe Biden Foto: AFP

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O instituto Edison Research identificou que uma coalizão vem impulsionando Biden. O grupo inclui mulheres, negros e eleitores rurais brancos. Uma repetição da semana passada, quando o ex-vice-presidente venceu em Michigan, outro Estado que será crucial na eleição de novembro. 

O mais significativo é que Biden, um moderado de 77 anos, parece estar convencendo os eleitores dos subúrbios, também moderados, que ajudaram os democratas a assumir o controle da Câmara dos Deputados nas eleições de 2018. “Estamos vendo um pico de participação em áreas suburbanas ricas e altamente educadas – precisamente o tipo de lugar que tem se afastado do Partido Republicano desde 2016 e onde alguns eleitores republicanos estão mais dispostos a votar em um candidato democrata”, disse Kyle Kondik, analista do Centro de Política da Universidade de Virgínia.

As primárias nem sempre servem como indicador confiável da participação nas eleições gerais, mas o sucesso de Biden pode ser um bom presságio em uma batalha contra Trump. Os democratas colocaram Arizona, Flórida e Michigan no topo de sua lista de alvos prioritários. O ex-vice-presidente vem forte nos três Estados.

A questão agora se resume ao coronavírus, que parece ser a única preocupação na cabeça dos americanos. “A pandemia pode mudar a eleição”, garante o analista Fernand Amandi. “Se a crise se estender ao longo do ano, o coronavírus estará nas urnas.”

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