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Análise: Ideologia do EI continua a motivar ataques no mundo

Grupo começou como uma força insurgente, mas hoje tem um alcance internacional

Por Ben Hubbard , Eric Schmitt e NYT
Atualização:

Três anos atrás, o então desconhecido clérigo Abu Bakr al-Bagdadi falou ao mundo diante da Grande Mesquita de Mossul como líder de um novo grupo terrorista. O anúncio da criação de um “califado” no Iraque e na Síria foi o ponto alto para o Estado Islâmico. Seu exibicionismo, violência e ideologia o ajudou a conquistar territórios, atrair uma legião de combatentes estrangeiros e criar um governo, com uma grande receita com base no petróleo.

Mas agora seu Estado está desabando. Na Síria, as milícias apoiadas pelos EUA cercaram a cidade de Raqqa, a outra capital do califado, e as forças iraquianas retomaram Mossul.

Reconquista de Mossul, cidade transformada pelo EI em seu principal reduto no Iraque, é a mais importante vitória das forças iraquianas desde que o grupo extremista sunita se apoderou em 2014 de vastos territórios no país e na vizinha Síria Foto: AFP PHOTO / FADEL SENNA

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Mas os duros reveses em suas duas maiores cidades não representam a derrota do EI, dizem analistas. O grupo, que começou como uma força insurgente, agora tem um alcance internacional e uma ideologia que continua a motivar ataques em todo o mundo. “Este, obviamente, foi o maior golpe contra o EI, pois encerra seu projeto de criar um Estado. Não haverá mais califado e isso reduzirá o apoio ao grupo”, disse Hassan Hassan, do Instituto Tahrir para Política no Oriente Médio, em Washington.

O EI suplantou grupos jihadistas precursores, como a Al-Qaeda, não apenas controlando mais territórios, mas também administrando cidades, ganhando credibilidade no mundo militante e construindo uma organização complexa, com especialistas em armas e propagandistas, entre outros. Este não é o fim, mas uma nova etapa para o grupo.

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