Para Binyamin Netanyahu, a eleição não vale apenas o cargo. Ganhar pode ser a única maneira de evitar a prisão. Em fevereiro, o procurador-geral de Israel, Avichai Mandelblit, anunciou que indiciaria Netanyahu em três casos diferentes. O primeiro escândalo é chamado de “Caso 1000”.
Mandelblit acusa Netanyahu de aceitar US$ 280 mil em presentes, incluindo champanhe e charutos, do produtor de Hollywood, o israelense Arnon Milchan. Em troca, ele ajudou Milchan a estender seu visto americano e pediu que o Ministério das Finanças lhe concedesse isenções fiscais.
O segundo é o “Caso 2000”. Os promotores alegam que Netanyahu fez um acordo com Arnon Mozes, editor do jornal Yedioth Ahronoth. Em uma conversa gravada, ele disse a Mozes que aprovaria uma lei para enfraquecer o jornal concorrente em troca de uma cobertura favorável – nenhuma lei foi aprovada.
Por fim, o “Caso 4000”, o mais grave. Netanyahu é acusado de suborno, fraude e quebra de confiança por ter eliminado regulamentação em benefício da gigante de telecomunicações Bezeq. Em troca, o acionista majoritário da empresa, Shaul Elovitch, ofereceu uma cobertura favorável em seu site Walla.
Se conseguir formar uma coalizão, Netanyahu terá caminho aberto para aprovar duas leis que o protegerão. A primeira é uma proposta que dá imunidade a qualquer parlamentar, a menos que ela seja revogada pelos deputados. A outra proibiria a Suprema Corte de questionar decisões parlamentares, impedindo que tribunal julgue a legalidade da lei anterior. Por isso, para Bibi, vencer significa evitar a cadeia.
*É JORNALISTA