
16 de novembro de 2018 | 05h00
A hostilidade ao pré-acordo para o Brexit entre parlamentares do governo britânico e da oposição leva ao risco de que o pacto seja rejeitado e o Reino Unido tenha de sair da União Europeia sem a pretendida rede de segurança. Ao procurar preservar os laços mais estreitos possíveis com a UE, Theresa May irritou muitos de seu partido que apoiam uma separação total, irritando também o Partido Unionista da Irlanda do Norte – que apoia o governo minoritário da primeira-ministra.
Os que propõem relações mais próximas com a UE no partido de May e a oposição trabalhista dizem que o acordo desperdiça as vantagens da associação em troca de um ganho pequeno. Para os dois lado, o acordo efetivamente cede poder à UE sem garantir os prometidos benefícios de maior autonomia.
A premiê precisará do apoio de 320 dos 650 parlamentares para aprovar o acordo. Entre os cenários possíveis estão: no fim, o acordo será aprovado; May perde o cargo; o Reino Unido deixa a UE sem nenhum acordo; ou mesmo a convocação de outro referendo.
Ao menos 14 parlamentares conservadores já disseram abertamente que enviaram cartas propondo a moção de desconfiança de May, e outros podem ter feito isso secretamente. São necessários 48 pedidos para dar início à moção.
Líderes da UE estão prontos para se reunir no dia 25 para assinar o acordo de separação, mas o premiê francês, Edouard Philippe, resumiu as incertezas ao dizer que os últimos acontecimentos em Londres levantam preocupações sobre se o acordo poderá ser ratificado: “Precisamos estar preparados para um Brexit sem acordo”. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ
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