Análise: Um Trump sem limite ao atacar a eleição

Os muitos aliados de Trump na Câmara deixaram claro que se oporão aos resultados de um punhado de Estados

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Por Dan Balz
Atualização:

Amanhã, representantes da Câmara e do Senado vão se reunir para aprovar o resultado do colégio eleitoral americano, que aponta a vitória de Joe Biden por 306 votos ante 232 de Donald Trump. O vice-presidente Mike Pence estará na cadeira para ler que ele e Trump perderam a eleição, como alguns outros vice-presidentes perderam no passado.

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Mas haverá objeções em ambas as câmaras, debates e votações, prolongando o que normalmente é um processo pró-forma e uma breve passagem para a transferência do poder. Os muitos aliados de Trump na Câmara deixaram claro que se oporão aos resultados de um punhado de Estados.

Por um tempo, havia dúvida se algum membro do Senado faria isso. Agora há uma dúzia, liderada pelo senador Ted Cruz, republicano do Texas, que planeja desafiar esses resultados. Pence acrescentou seu apoio a esses esforços.

Cercado por cadetes do Exército, o presidente Donald Trump assiste jogo de futebol,no Estádio Michie, na Academia Militar de West Point, em Nova York. Foto:Andrew Harnik/AP 

O argumento deles é que, por haver alegações de votação ou contagem impróprias, o Congresso deve intervir nomeando uma comissão para realizar uma “auditoria” de 10 dias nos Estados em disputa e, então, esses Estados poderiam convocar sessões especiais para avaliar as conclusões e, se necessário, certificar novos resultados. É difícil imaginar que essa investigação produziria algo novo.

Na maior parte, esses republicanos afirmam que não estão realmente tentando anular as eleições, mas apenas querem dar voz às alegações e às preocupações das pessoas que questionam os resultados – pessoas que foram informadas repetidamente por Trump e seus aliados que as alegações de fraude são, na verdade, fraude real. No entanto, eles persistem.

Os republicanos que farão objeções estão agindo com base no medo do presidente ou por puro oportunismo político, ou ambos. Alguns estão avaliando uma campanha presidencial de 2024 e sabem que estar do lado errado de Trump pode significar uma derrota certa.*É COLUNISTA

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