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Anistia a responsáveis por massacre gera revolta na Bolívia

Por Agencia Estado
Atualização:

Os promotores que investigam a sangrenta revolta que em outubro do ano passado ceifou 56 vidas, deixou mais de 200 feridos e levou o presidente Gonzalo Sánchez de Lozada à renúncia anistiaram todos os responsáveis e suspeitos e encerraram os processos amparados em um decreto. A decisão foi mal recebida. Em entrevista à imprensa, os promotores Fernando Cortez, Jimmy Pareja e Marco Antonio Nina declararam "encerrada a ação penal" sob o argumento de que o decreto de anistia promulgado pelo presidente Carlos Mesa em 31 de outubro passado se estende a todos os suspeitos. Mas o Defensor do Povo, Waldo Albarracín, qualificou nesta sexta-feira a decisão como "política, mais do que uma questão legal". "Quem matou as pessoas, foram fantasmas?", perguntou. E o vice-ministro da Justiça, Carlos Alarcón, disse que a decisão tomada "não se adapta ao direito por ser uma interpretação errônea do decreto presidencial". Segundo Alarcón, a anistia dada por Mesase referia a delitos contra a segurança pública e beneficiava "os cidadãos que participaram dos protestos e os que foram acusados judicicalmente por bloquear ruas e estradas". Após a decisão tomada hoje pelo Ministéiro Público, não se sabe o que irá acontecer com a demanda de apuração de responsabilidades apresentada contra Sánchez de Lozada e seus ministros, que são acusados de "violação de direitos humanos e genocídio". Segundo o procurador Fernando Cortez, esse caso deverá ser analisado pelo Congresso boliviano.

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