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Anistia acusa China de não melhorar situação de direitos humanos

"As graves violações dos direitos humanos contrastam com as promessas feitas pelo governo quando Pequim se candidatou a sediar os Jogos Olímpicos"

Por Agencia Estado
Atualização:

A China não cumpriu a promessa de melhorar os direitos humanos e, em alguns setores, a situação chegou a piorar, segundo um relatório da Anistia Internacional (AI). O documento da AI detalha um amplo leque de casos de violação dos direitos humanos, como milhares de execuções após processos injustos, perseguição de ativistas civis e novas medidas contra a liberdade de informação. Um exemplo é Ye Guozhu. Preso por tentar organizar um protesto, Ye foi torturado enquanto estava na cadeia. Ele foi pendurado pelas mãos em sua cela, espancado com cassetetes elétricos e acorrentado, segundo a AI. "As graves violações dos direitos humanos informadas a cada dia por todo o país contrastam com as promessas feitas pelo governo quando Pequim se candidatou a sediar os Jogos Olímpicos", disse em comunicado Catherine Baber, subdiretora da AI na região Ásia-Pacífico. Baber ressalta que a apenas dois anos dos Jogos Olímpicos as autoridades chinesas não estão cumprindo o compromisso de melhorar a defesa dos direitos humanos, assumido em abril de 2001, quando Pequim foi nomeada sede olímpica. A AI pede ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e ao movimento olímpico que trabalhem com os ativistas dos direitos humanos chineses, a fim de pressionar por "uma reforma concreta e positiva" na China até agosto de 2008. Segundo o grupo, "os reluzentes estádios e espetaculares desfiles não servirão de nada se os jornalistas e os ativistas dos direitos humanos não puderem falar com liberdade, se as pessoas continuarem sendo torturadas e se o governo continuar mantendo em segredo milhares de pessoas executadas". O relatório foi enviado ao Comitê Olímpico Internacional (COI). Em abril, seu presidente, Jacques Rogge, disse que supervisionar o respeito aos direitos humanos é responsabilidade da ONU e das ONGS, e não da entidade que dirige.

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