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Annan exige que Israel investigue ataque contra base da ONU

Secretário-geral da organização classificou o bombardeio de Israel como um "ataque aparentemente deliberado"

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, exigiu que governo de Israel investigue o bombardeio contra uma base da organização em território libanês, classificando a ação como um "ataque aparentemente deliberado". Dois funcionários da ONU morreram e dois estão desaparecidos. "Faço uma convocação ao governo de Israel para que desenvolva uma investigação sobre este incidente perturbador, e exijo que interrompa qualquer outro ataque dirigido a bases e a oficiais da ONU", afirmou Annan em comunicado. O secretário-geral recriminou a ofensiva aérea combinada contra um posto da ONU "claramente delimitado e estabelecido", depois das garantias pessoais dadas pelo primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, de que não atacaria bases da missão da organização. O embaixador de Israel na ONU, Dan Gillerman, reagiu rapidamente às declarações de Annan. Gillerman expressou seu "profundo pesar" pelas mortes e negou que o ataque tenha sido intencional. "Estou chocado e profundamente chateado com a declaração precipitada do secretário-geral", disse ele, que classificou a afirmação de Annan como "prematura e errônea". Ataques recorrentes Annan esclareceu que a ONU não revelou o nome e a nacionalidade das vítimas por aguardar notificação a suas famílias, a quem expressou suas mais profundas condolências. Este não foi o primeiro ataque israelense próximo a bases das forças da ONU no sul do Líbano nesta terça-feira. Apenas a tarde, outros 14 incidentes com disparos foram registrados, informou o escritório do porta-voz. A ofensiva aérea israelense contra a Força Interina das Nações Unidas no sul do Líbano (Unifil) ocorre em um momento em que o Conselho de Segurança da ONU (CS) está avaliando o futuro da missão, que conta atualmente com dois mil oficiais militares. A Unifil, criada em 1978, denunciou que não conseguiu realizar suas tarefas de supervisão do cessar-fogo desde que começaram os confrontos entre o Exército de Israel e a milícia xiita Hezbollah. O secretário-geral da ONU defendeu a substituição do operacional por uma força multinacional, com ou sem bandeira das Nações Unidas, no sul do Líbano, ao longo da fronteira com Israel.

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