PUBLICIDADE

Annan manda ex-enviado especial ao Timor para avaliar situação

O secretário-geral também pediu a vários líderes mundiais para que mandem policiais e tropas para o país

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, decidiu enviar seu ex-representante especial para o Timor Leste, Ian Martin, de volta ao país para avaliar a situação devido à onda de violência atual. Annan tomou a decisão após conversar com o presidente do Timor Leste, Xanana Gusmão, e seu primeiro-ministro, Mari Alkatiri, informou nesta quinta-feira o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric. O secretário-geral também pediu aos primeiros-ministros da Austrália, John Howard, e da Malásia, Abdullah Badawi, que se comprometeram a enviar forças militares e policiais para ajudar a restabelecer a estabilidade. "Tendo em vista a deterioração da situação e a complexa situação política, o secretário-geral decidiu enviar Ian Martin a Dili para que avalie a situação", informou Dujarric. Atualmente, Martin é chefe da Missão de Direitos Humanos da ONU no Nepal. Em 1999, foi representante especial no Timor Leste e chefe da Missão da ONU, conhecida como Unamet, que ajudou na realização do plebiscito que tornou possível a independência do país. Enfrentamentos A capital do Timor, Dili, voltou a ser palco nesta quinta-feira, pelo terceiro dia consecutivo, de enfrentamentos entre ex-soldados rebeldes e o exército. Acredita-se que 20 pessoas podem ter morrido nos confrontos. O governo timorense informou na quarta-feira que solicitou à Austrália, Nova Zelândia, Portugal e Malásia o envio temporário de tropas para ajudar na pacificação do país. Os primeiros efetivos australianos chegaram hoje. Crise A crise começou em abril, quando 591 soldados timorenses foram expulsos do Exército após uma longa greve de fome para reivindicar melhores condições trabalhistas. Agora, esses ex-militares querem derrubar o governo. O Timor Leste, após 24 anos de ocupação indonésia e três de administração da ONU, se tornou um Estado soberano em 2002, mas nasceu sem experiência no autogoverno. Além disso, é um dos países mais pobres do mundo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.