PUBLICIDADE

Anúncio de adesão italiana aos EUA irrita oposição a Berlusconi

Por Agencia Estado
Atualização:

A declaração do porta voz da Casa Branca, Ari Fleischer, de que a Itália estará ao lado dos Estados Unidos numa possível guerra contra o Iraque, assim como Espanha, Polônia e Grã-Bretanha, desencadeou duras reações na oposição ao governo de Silvio Berlusconi e até na coalizão governista de centro-direita. Pressionado pelas reações políticas e pela imprensa, Berlusconi não conseguiu dar uma resposta convincente e segura sobre a posição de seu governo. O ministro do Exterior italiano, Franco Frattini, confirmou na visita que fez a Washington no começo da semana que a Itália estaria ao lado dos EUA mesmo sem a aprovação da Organização das Nações Unidas (ONU) - em contraposição à França e a Alemanha. Depois da declaração de Fleischer o governo achou melhor adotar um discurso mais cauteloso. "George W. Bush tem certeza de que os inspetores da ONU apresentarão provas claras no dia 27", afirmou Berlusconi. O líder italiano disse também ter conhecimento de outros fatos que demonstram a existência de armas de destruição em massa nos arsenais de Saddam Hussein. "Não posso dizer mais, pois são informações reservadas", concluiu. Segundo Berlusconi, a Itália vai definir sua posição após consultar o Parlamento e com base na resolução da ONU. Ele acredita também que depois das declarações de Alemanha e França não há sentido numa reunião dos líderes europeus sobre a crise. As declarações de Berlusconi não foram suficientes para acalmar os ânimos e eliminar a impressão de retorno à ambigüidade demonstrada pelos italianos em outros momentos delicados de política internacional. O Partido Verde pede que o governo esclareça sua posição no Parlamento o mais depressa possível e deixe de ser "o Pôncio Pilatos da política internacional". Pacifistas, europeístas, boa parte dos católicos e esquerda italiana são contra a guerra e concordam com a linha franco-alemã. Entre eles estão cerca de 60 parlamentares da coalizão de governo que assinaram um apelo contra a guerra. "O mundo está tomando posição. E nós, de que lado estamos?" pergunta Massimo D´Alema, ex-primeiro-ministro e líder do DS, maior partido da esquerda italiana.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.