Anúncio de possível teste nuclear norte-coreano preocupa Seul

Teste atômico daria grande força à Coréia do Norte nas negociações com os EUA e a Coréia do Sul, previstas para setembro

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Por Agencia Estado
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A Coréia do Sul anunciou nesta sexta-feira sua preocupação com a possibilidade de a Coréia do Norte realizar testes nucleares para aumentar sua capacidade de pressão sobre a cúpula de setembro entre os presidentes sul-coreano, Roh Moo-hyun, e americano, George W. Bush. Um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, citado pela agência de notícias Yonhap, informou que Pyongyang pode estar tentando "chamar a atenção", pouco antes do encontro, agendado para meados de setembro. As fontes comentaram a notícia divulgada na noite de quinta-feira pela rede de televisão americana ABC, sobre supostos preparativos norte-coreanos para um teste subterrâneo de uma bomba atômica. A rede de televisão citou um funcionário do Departamento de Estado, dizendo que uma agência de inteligência dos EUA detectou recentemente "um movimento suspeito de veículos" num dos locais que os norte-coreanos poderiam usar para testes nucleares. Em fevereiro do ano passado, a Coréia do Norte reconheceu que possuía armas nucleares. Durante alguns meses, manteve o suspense com suas manobras para realizar um teste subterrâneo, que acabou não Acontecendo. Em 5 de julho, a Coréia do Norte disparou sete mísseis balísticos de testes, um deles de longo alcance, capaz de atingir o território dos EUA. Além disso, o regime norte-coreano boicota as conversações multilaterais sobre seu arsenal de armas nucleares, das quais participam também Coréia do Sul, Japão, China, Rússia e EUA. "Parece claro que a Coréia do Norte não está interessada nas conversas de seis lados e aposta em negociações bilaterais com os EUA. O problema é que neste momento suas cartas são limitadas", explicou o porta-voz sul-coreano. Segundo o funcionário, um teste atômico daria uma grande força de negociação à Coréia do Norte. Ele também admitiu que o regime comunista pode disparar novos mísseis balísticos. O porta-voz explicou que, enquanto não surgem dados mais concretos, "o governo da Coréia do Sul vigiará com muita atenção os movimentos do Norte, compartilhando a informação com autoridades americanas".

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