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Ao lado de Blair, presidente sírio defende a Palestina

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro britânico Tony Blair prosseguiu a missão de paz no Oriente Médio com a chegada hoje à Arábia Saudita, após a visita de ontem à noite à Síria, que pôs à mostra as profundas divergências sobre a campanha internacional contra o terrorismo. O presidente sírio, Bashar Assad, não deu indicações de estar disposto a restringir a ação de grupos palestinos violentos que operam a partir de seu território. A Síria vem argumentando há muito tempo que os palestinos têm o direito de usar a força contra a ocupação israelense e continua na lista do Departamento de Estado sobre os países que patrocinam o terrorismo. "Resistir à ocupação é um direito internacional", disse Assad em uma entrevista à imprensa ao lado de Blair após a reunião entre os dois chefes de governo no palácio presidencial de Damasco. "Um ato de resistência é diferente de um ato de terrorismo", acrescentou Assad, que também criticou a campanha militar no Afeganistão - onde a Grã-Bretanha foi a única nação a se unir até agora aos EUA nos bombardeios. "Não podemos aceitar o que vemos diariamente na televisão, a morte de centenas de civis inocentes", disse Assad. Blair disse que foi "um diálogo singelo, mas gostaria de acreditar que foi um diálogo que pode continuar". Ele afirmou que seu país busca uma trégua duradoura no conflito árabe-israelense para a criação de condições favoráveis às negociações de paz. Líderes israelenses e palestinos anunciaram que se reunirão em separado com Blair na quinta-feira. A Síria tem um papel-chave no Oriente Médio: sua influência é decisiva na política do vizinho Líbano, onde os guerrilheiros do Hezbollah - patrocinados por Damasco - têm atacado ocasionalmente objetivos israelenses. A Grã-Bretanha vê a Síria como um país em transição e pode estar contando com a mudança de geração na liderança do país árabe. Mas o jovem Assad não se desviou da política de linha dura de seu pai e insiste em que o Estado judeu se retire inteira e incondicionalmente das Colinas do Golã, ocupadas durante a guerra de 1967.

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