
28 de abril de 2016 | 12h09
TRÍPOLI - Pelo menos 13 imigrantes egípcios e 3 cidadãos líbios morreram em Bani Walid em razão de uma discussão com o grupo de traficantes que os transportavam em razão do preço cobrado pela viagem, explicaram nesta quinta-feira, 28, fontes de segurança na cidade líbia.
O grupo de egípcios assassinou o motorista e 2 seguranças ao tentar escapar dos traficantes, que abriram fogo e mataram 13 deles e feriram outros 3, em um incidente ocorrido na quarta-feira, explicaram as fontes.
"Segundo nossas primeiras informações, entre 12 e 16 imigrantes egípcios em situação ilegal morreram em confrontos entre grupos de traficantes de pessoas", anunciou o Ministério das Relações Exteriores no Cairo.
O episódio foi condenado pelo enviado especial da ONU para a Líbia, Martin Kobler, que pediu que o fato seja investigado e os culpados, castigados.
A Missão de Apoio na Líbia das Nações Unidas (UNSMIL) divulgou um balanço de 12 egípcios e 3 líbios mortos. Em nota, o responsável pela UNSMIL Martin Kobler "condenou firmemente esses assassinatos". Além disso, pediu às autoridades locais que "trabalhem para que seja realizada uma investigação e para impedir novos assassinatos".
A Líbia é um Estado fracassado, vítima da guerra civil e do caos desde que, em 2011, a comunidade internacional apoiou militarmente a revolta rebelde contra a ditadura de Muamar Kadafi.
Há um mês, três grupos disputam o poder político: um Parlamento reconhecido internacionalmente com sede em Tobruk, um governo considerado rebelde em Trípoli e um gabinete de unidade, nomeado pelo Conselho Presidencial e designado pela ONU, que carece de legitimidade popular.
Junto a eles se situam diferentes grupos islamistas, senhores da guerra, líderes tribais e contrabandistas de armas, petróleo, pessoas e drogas.
Segundo dados de diferentes ONGs e de agências da ONU, mais de 5 mil pessoas perderam a vida em 2015 ao tentar alcançar o litoral europeu desde a Líbia a bordo de embarcações precárias.
Com a chegada da primavera, multiplicou-se o número de imigrantes que pagam grandes quantidades de dinheiro aos traficantes - entre 1,5 mil e 2,5 mil euros por viagem - para tentar alcançar o litoral da Itália. /EFE e AFP
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