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Apagão afeta 1 milhão de famílias em Buenos Aires

Por ARIEL PALACIOS , CORRESPONDENTE e BUENOS AIRES
Atualização:

Um apagão de grandes proporções afetou ontem diversos bairros da capital argentina, levando a cidade ao caos no fim da tarde. Mais de 1.500 semáforos deixaram de funcionar, provocando o colapso do trânsito, especialmente na Avenida 9 de Julio, a principal artéria do centro portenho. Sem energia, o metrô e o sistema de trens ficaram paralisados durante várias horas, impedindo o transporte de centenas de milhares de pessoas no horário de maior movimento. A falta de eletricidade afetou 1 milhão de famílias.O centro da cidade e os bairros de Constitución, Barracas, Palermo, Balvanera, Villa Devoto, Villa Del Parque, Villa Lugano, Chacarita, Belgrano, Almagro, Boedo, algumas áreas do elegante Puerto Madero, além do município de Vicente López, na zona norte da Grande Buenos Aires, ficaram sem energia elétrica, enquanto a cidade enfrentava uma onda de calor que chegou a 35° C. Segundo a companhia de energia elétrica Edesur, a causa do apagão foi "uma falha dupla em duas linhas de alta tensão" provocado pelo alto consumo por causa do forte calor. O ex-secretário de Indústria e Comércio, Alieto Guadagni, afirmou que é "preocupante" a situação do setor elétrico argentino, já que a rede de distribuição de energia está "cada vez mais obsoleta". Segundo Guadagni, várias empresas do setor investiram quantias abaixo do requerido: "E o governo da presidente Cristina Kirchner foi condescendente com essa falta de investimento".O apagão afetou durante alguns minutos o próprio palácio presidencial argentino. O edifício do Congresso Nacional ficou às escuras durante duas horas.Panelaço. A presidente argentina, Cristina Kirchner, será alvo de um novo panelaço contra seu governo hoje à noite. O protesto, convocado nas redes sociais, sem a participação explícita dos partidos da oposição, tem um amplo leque de reclamações, desde a escalada inflacionária, novos escândalos de corrupção envolvendo integrantes do kirchnerismo, o aumento da criminalidade e a intervenção crescente da Casa Rosada na economia.

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