Proeminentes rabinos israelenses começam a criticar a aliança de Israel com cristãos evangélicos dos Estados Unidos, que têm contribuído com milhões de dólares para o Estado judeu. Os rabinos temem que a verdadeira intenção seja a de converter judeus, disseram assessores. Outros se preocupam com o apoio dos evangélicos à extrema-direita de Israel. A disputa toca numa questão cada vez mais sensível em Israel: a dependência econômica e política do país em relação aos cristãos conservadores americanos. Além de contribuírem com grandes somas para projetos em Israel, os cristãos evangélicos têm pressionado Washington a apoiar o governo israelense. Dois ex-rabinos-chefes de Israel, Avraham Shapira e Mordechai Eliahu, aprovaram édito religioso exortando os fiéis a não aceitar dinheiro do grupo Solidariedade Internacional de Cristãos e Judeus, baseado em Chicago. O édito acusa a Solidariedade de aceitar dinheiro de grupos envolvidos em "atividade missionária". O rabino Yechiel Eckstein, presidente da Solidariedade Internacional, repudiou as críticas, dizendo que partem de uma minoria. Segundo ele, o grupo já levantou US$ 100 milhões para atender pobres, idosos e novos imigrantes de Israel - assim como para desenvolver comunidades judaicas empobrecidas na antiga União Soviética. O grupo patrocina projetos em 85 cidades israelenses, acrescentou. Eckstein, um rabino ortodoxo, reconhece que muitos dos doadores esperam converter judeus, mas "não permitimos qualquer tipo de atividade missionária".