BANJUL - O ex-presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, disse neste sábado, 21, que vai deixar o poder após 22 anos no cargo. A decisão ocorreu depois de países da região ameaçarem fazer uma operação militar para forçá-lo a entregar o cargo a Adama Barrow, eleito presidente em dezembro.
"Decidi hoje, com a consciência tranquila, ceder o comando desta grande nação. Tenho infinitos agradecimentos a todos os gambianos", afirmou Jammeh, em declaração transmitida pela TV estatal.
O país, um pequeno enclave anglófono em Senegal de 1,9 milhão de habitantes, estava diante de uma profunda crise depois que Jammeh anunciou em 9 de dezembro que não passaria o poder ao presidente eleito. De acordo com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), mais de 45 mil pessoas deixaram a Gâmbia desde a escalada da tensão política.
Barrow, de 51 anos, venceu as eleições em 1º de dezembro e fez o juramento ao cargo na tarde de sexta-feira, 19, na embaixada da Gâmbia em Dacar, em Senegal.
Depois de diversas tentativas para persuadir Jammeh, os presidentes da Guiné, Alpha Condé, e da Mauritânia, Mohamed Uld Abdel Aziz, viajaram na sexta-feira a Najul para uma última mediação.
"Minha decisão de hoje foi tomada tendo em vista o interesse do povo de Gâmbia e pelo nosso querido país", disse o ex-presidente.
Vários países da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental enviaram tropas à Gâmbia para pressionar Jammeh a deixar a presidência. O ágora ex-presidente deve seguir para o exílio. Guiné, Mauritânia e Nigéria ofereceram a ele asilo político. /AFP e EFE