25 de agosto de 2010 | 16h51
COPIAPO - Após 30 anos de casada, a chilena Lila Ramírez poderá finalmente ter a sua lua de mel. Só que para isto deve esperar mais quatro meses. Seu marido, Mario Gómez, é um dos 33 mineiros presos em uma mina de ouro e carvão no deserto do Atacama.
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O casal nunca teve dinheiro para a viagem. Como motorista na mina, Gomez ganha cerca de US$ 1,3 mensais. Mas com os US$ 10 mil que cada família ganhou do dono da mina, Leonardo Farkas, a viagem pode se tornar realidade.
Mãe de quatro filhas e avó de sete, Lila lê com orgulho a carta que o marido lhe mandou do refúgio onde está preso desde o dia 5 de agosto, a 688 metros da superfície. "Me sinto afortunada porque a carta é uma prova de amor gigante", diz Lila. Ela garante que a primeira vez que vir o marido lhe dará um beijo enorme.
O casal chegou a se separar quando Mario deixou o Chile para embarcar num navio e viajar pelo mundo. A viagem que deveria durar quatro meses demorou três anos. O casal de separou, mas acabou reatando.
Agora, Lila quer que Mario se aposente. "Tomara eu consiga convencê-lo que tem de deixar de trabalhar e se preocupar só com nós dois. Nunca fez isso até agora", conta.
Na última carta que enviou ao marido, ela pede que ele fique tranquilo e poupe energias, esperando as máquinas que trabalham para resgatá-lo.
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