Após ação militar na Argélia, reféns ainda estão desaparecidos

Autoridades locais dizem que extremistas ainda mantém reféns em uma parte da refinaria; governo confirma mortes entre reféns.

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Por BBC Brasil
Atualização:

Após uma operação militar das forças de segurança argelinas para recapturar uma refinaria de gás das mãos de extremistas islâmicos, diversos reféns e seus sequestradores permanecem desaparecidos. Combatentes islâmicos afirmaram ter capturado inicialmente 41 reféns estrangeiros, funcionários da refinaria - entre eles britânicos, americanos e japoneses. A TV estatal argelina disse que quatro reféns foram mortos durante a ação de resgate. Alguns dos reféns teriam sido libertados, mas o número de sobreviventes não foi confirmados por autoridades locais. Apesar do governo ter dito que a operação de resgate já acabou, uma rádio estatal do país afirmou que forças especiais ainda cercam uma parte da refinaria onde militantes islâmicos ainda estariam mantendo reféns, segundo autoridades locais. A refinaria, que fica na região de In Amenas, foi invadida na quarta-feira. As informações sobre reféns libertados e vítimas mortas ainda eram desencontradas na noite desta quinta-feira. Durante operação de resgate, cerca de 600 trabalhadores argelinos foram salvos, assim como quatro reféns estrangeiros - dois escoceses, um francês e um queniano - , segundo a agência estatal APS. O governo da Irlanda também disse que um de seus cidadãoes foi libertado. Já os Estados Unidos afirmaram que cinco americanos foram recuperados e já deixaram o país, segundo a ABC News. O Japão afirmou que três de seus cidadãos estão livres, mas 14 permanecem desaparecidos. Autoridades locais teriam dito ainda que alguns funcionários da refinaria conseguiram escapar mesmo antes da ação militar argelina. Mais cedo, os extremistas haviam dito que 34 reféns estrangeiros e 14 de seus combatentes haviam morrido. Segundo essa versão, apenas sete estrangeiros teriam sobrevivido. Retaliação Os militantes afirmaram que a tomada de reféns foi uma retaliação à intervenção francesa no Mali. O ministro das Comunicações argelino, Mohamed Said Belaid, disse que "um número significativo de terroristas" foi morto na ação militar. "Infelizmente lamentamos algumas mortes e algumas pessoas feridas. Nós não temos os números", afirmou. Detalhes de como foi a operação militar estão surgindo aos poucos. A agência APS afirmou que militares argelinos atacaram dois veículos que tentaram deixar o complexo com um número de pessoas desconhecido a bordo. Fontes ligadas aos extremistas disseram que os militares abriram fogo de aeronaves contra esses veículos. O premiê norueguês Jens Stoltenberg afirmou que o premiê argelino disse ter autorizado o ataque depois que as negociações falharam. "O premiê argelino disse que sentiu que não havia outra saída senão prosseguir". O premiê britânico David Cameron mostrou descontentamento por não ter sido avisado previamente da ação pelo governo argelino. O Japão protestou contra o ataque e os EUA afirmaram estar buscando mais informações. O ministro do interior argelino Daho Ould Kabila disse que os sequestradores são argelinos que seguem ordens de Mokhtar Belmokhtar, um comandante da rede extremista Al-Qaeda. Kabila disse ainda que o grupo entrou no país pela fronteira com a Líbia. Eles mataram duas pessoas durante a invasão da refinaria. O complexo de gás de Tigantourine fica 40 quilômetros a sudoeste de In Amenas, preto da frinteira líbia. Ele é operado em uma parceria da BP com a companhia argelina Sonatrach e a norueguesa Statoil. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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