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Após aprovação de orçamento trilionário, Obama diz preferir governo 'magro'

Presidente americano afirmou que sua proposta orçamentária abre caminho para prosperidade no país.

Por Bruno Accorsi
Atualização:

As comemorações dos 100 primeiros dias de Barack Obama na Casa Branca, nesta quarta-feira, foram marcadas pela aprovação, por parte do Congresso dos Estados Unidos, do orçamento de US$ 3,4 trilhões proposto pelo presidente americano. Em uma entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira à noite, na Casa Branca, Obama afirmou que "este orçamento fortalece os passos que tomamos nos últimos 100 dias para mover esta economia de uma recessão para a recuperação e, por fim, para a prosperidade". O líder dos Estados Unidos procurou se defender das críticas feitas por representantes da oposição republicana e pela mídia conservadora americana, dizendo preferir um "governo magro", mas acrescentou que as circunstâncias o obrigaram a adotar práticas intervencionistas. Muitos dos detratores do presidente vêm dizendo que as medidas dele contribuem para um agigantamento do Estado, e que a presença do governo no setor financeiro e até em indústrias automotivas representa uma guinada rumo ao "socialismo". Intervenção "Eu não quero dirigir empresas de automóveis, não quero controlar bancos. Já tenho que controlar duas guerras. Tenho mais do que o suficiente para fazer. Portanto, o quanto antes sairmos deste negócio, melhor. Vivemos circunstâncias únicas. Havia o potencial colapso do sistema financeiro, que teria dizimado a nossa economia, portanto tivemos que intervir", disse Obama. O líder americano acrescentou: "Sempre me divirto quando dizem, 'oh, você sabe, Obama quer fazer o governo crescer'. Não, eu gostaria de um governo bonito e magro, mas não é o que nos foi dado. Cada geração tem que estar à altura dos desafios que se apresentam. E nós fomos confrontados com uma série de desafios". Obama também destacou seus feitos no cenário internacional, lembrando a promessa de retirar tropas americanas do Iraque e a estratégia de ampliar as operações dos Estados Unidos no Afeganistão. O líder americano voltou a dizer que considera a técnica de interrogatório que consiste em simular afogamentos como uma forma de tortura e defendeu a decisão de divulgar memorandos que detalhavam tais práticas usadas contra detentos considerados extremistas. O presidente afirmou que seu governo teve "um bom começo, mas é só um começo". "Estou orgulhoso do que conseguimos, mas não estou satisfeito". No mesmo dia em que Obama completou 100 dias no poder, o Departamento do Comércio do país divulgou dados que mostraram que o PIB americano sofreu queda de 6,1% no primeiro trimestre - o terceiro trimestre seguido de declínio, e a primeira vez que isso acontece desde 1975. O país também sofreu retração de 30% em suas exportações. Gripe suína Obama afirmou ainda que pediu um fundo de emergência de US$ 1,5 bilhão ao Congresso para combater a gripe suína. O líder americano descartou a hipótese de fechar a fronteira com o México, onde a epidemia foi detectada pela primeira vez. Segundo Obama, isso seria como "fechar a porta do celeiro quando os cavalos já fugiram, porque nós já tivemos casos aqui nos Estados Unidos". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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