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Após ataque a desfile militar, Rohani diz que Irã está pronto para enfrentar EUA

Presidente iraniano acusa estados do Golfo Pérsico, apoiados pelos EUA, de fornecer apoio financeiro e militar a grupos étnicos árabes antigovernistas no Irã

Atualização:

DUBAI - O presidente iraniano Hassan Rohani disse neste domingo, 23, que o Irã está pronto para enfrentar os Estados Unidos e seus aliados do Golfo Árabe. A declaração se dá um dia depois que um ataque a uma parada militar iraniana deixou 25 mortos, incluindo 12 integrantes da Guarda Revolucionária de elite.

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Hassan Rohani, presidente do Irã,durante conferência em Viena, em julho de 2018. Foto: Lisi Niesner/File Photo/Reuters

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Rouhani acusou os estados do Golfo Pérsico, apoiados pelos EUA, de fornecer apoio financeiro e militar a grupos étnicos árabes antigovernistas no Irã. "Os Estados Unidos estão agindo como um valentão para o resto do mundo e pensa que pode agir com base na força bruta", disse.

O líder iraniano foi quem projetou o acordo nuclear de 2015 que deu início a uma contenção cautelosa com Washington antes que as tensões voltassem a se agravar com a decisão de Donald Trump de desistir do acordo.

"Mas o nosso povo vai resistir e o governo está pronto para enfrentar os Estados Unidos. Nós vamos superar essa situação (sanções) e os Estados Unidos vão se arrepender de escolher o caminho errado", disse Rouhani.

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O presidente Rohani disse que 'a resposta do Irã para qualquer ameaça será esmagadora'. Foto: Morteza Jaberian / EPA / EFE

O ministro das Relações Exteriores do Irã convocou, neste domingo, os responsáveis dos Emirados Árabes Unidos pelos comentários feitos sobre o banho de sangue na cidade de Ahvaz, no sudoeste do país. A estatal PressTV disse que a ação foi tomada por comentários de um funcionário não identificado dos Emirados Árabes Unidos, sem dar detalhes.

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O estado árabe do Golfo do Catar, que está em desacordo com os aliados dos EUA, Arábia Saudita e Emirados Árabes, condenou o ataque à parada militar, que feriu pelo menos 70 pessoas.

Atiradores dispararam contra um posto de observação onde autoridades iranianas se reuniram para assistir ao evento anual que marca o início da guerra entre Irã e Iraque (1980-1988). Soldados se jogaram no chão quando o tiroteio começou. Mulheres e crianças também foram atingidas.

Os disparos foram efetuados contra as unidades do Exército e da Guarda Revolucionária que desfilavam Foto: Morteza Jaberian / Isna / AFP

Ataque a tiros

O atentado contra um desfile militar na cidade de Ahvaz, no sul do Irã, deixou pelo menos 25 mortos, entre militares e civis, e mais de 60 feridos neste sábado. Metade das vítimas dos terroristas eram da Guarda Revolucionária. Quatro terroristas foram mortos.

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Um movimento de oposição árabe chamado Resistência Nacional Ahvaz, que busca um Estado separado na Província de Khuzistão, rica em petróleo, reivindicou a responsabilidade pelo ataque. O Estado Islâmico (EI) também assumiu a autoria da ação, segundo a Amaq, agência de notícias do grupo terrorista.

Os agressores vestiam uniformes militares, segundo Gholamreza Shariati, governador do Khuzistão. Os disparos foram efetuados contra as unidades do Exército e da Guarda Revolucionária que desfilavam e contra o público a partir de um edifício próximo e por trás da tribuna das autoridades. O presidente russo, Vladimir Putin, disse que Moscou está pronto para impulsionar esforços conjuntos na luta contra o terrorismo. Ele também é aliado do ditador Bashar Assad na Síria. /REUTERS

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