Após autópsia, polícia diz que morte de ex-repórter do 'News' não é suspeita

Sean Hoare foi o primeiro jornalista a denunciar esquema de grampos no 'News'; corpo foi encontrado ontem

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Por Redação
Atualização:

Policiais na casa de Hoare, ontem; autópsia revelou que morte de jornalista não foi violenta

 

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LONDRES - A polícia britânica disse nesta terça-feira, 19, não ter encontrado evidências de envolvimento externo na morte do jornalista Sean Hoare, ex-repórter do tabloide News of the World que foi o primeiro a falar abertamente sobre o escândalo de grampos do jornal. O corpo do jornalista foi encontrado ontem em sua residência em Watford (oeste da Inglaterra). Veja também:video TV ESTADÃO: Jornalista que denunciou escutas é encontrado morto

 

Hoare disse ao New York Times que o ex-editor do tabloide britânico Andy Coulson sabia do uso disseminado de grampos pelos funcionários do jornal. A polícia de Hertfordshire informou hoje que uma autópsia no corpo de Hoare "confirmou não haver evidência de envolvimento de terceiros". Segundo a polícia, "a morte não é considerada suspeita".

 

Desde que o caso dos grampos veio à tona, Hoare deu entrevistas detalhando a conduta no News of the World. Ao programa da BBC "Panorama", ele disse que as escutas telefônicas eram "endêmicas" no jornal. O jornalista afirmou ainda que Coulson havia lhe pedido para colocar escutas em telefones.

 

Em uma entrevista ao New York Times, Hoare afirmou que a conduta ilegal era muito mais comum no News of the World do que a direção do jornal admitiu quando começaram as investigações, segundo a BBC. Coulson ocupou o cargo de porta-voz do premiê David Cameron até janeiro, quando pediu demissão diante do escândalo. Ele nega as acusações de Hoare.

 

Além do News, Hoare trabalhou no também sensacionalista The Sun, com Coulson. Ele teria sido demitido do News of the World por problemas com drogas e álcool.

 

A morte de Hoare adicionou um componente trágico ao escândalo de grampos que culminou no fechamento do News of the World, derrubou a cúpula da Scotland Yard e levantou questionamentos éticos sobre o império de mídia de Rupert Murdoch.

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Com agências

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