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Após crítica dos EUA, Bolsonaro nega ter tomado partido da Rússia

Declaração foi feita no mesmo dia em que a porta-voz do governo americano, Jen Psaki, disse que o 'Brasil talvez esteja do outro lado' em relação à maioria da comunidade internacional

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Por Eduardo Gayer
Atualização:

BUDAPESTE - O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que tenha tomado partido da Rússia no conflito com a Ucrânia, mesmo após se dizer “solidário” aos russos durante sua visita oficial a Moscou, nesta semana. A declaração foi feita no mesmo dia em que a porta-voz do governo dos Estados Unidos, Jen Psaki, disse que o “Brasil talvez esteja do outro lado” em relação à maioria da comunidade internacional. 

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“Falei lá (na Rússia) que o mundo é nossa casa e Deus acima de todos. Falei a mensagem de paz, não foi para tomar partido de ninguém”, afirmou o presidente em transmissão ao vivo nas redes sociais, nesta sexta-feira, 18. 

Bolsonaro reiterou que a retirada – ainda não confirmada – de parte das tropas russas da fronteira com a Ucrânia sinaliza diminuição das chances de guerra na região. Disse, ainda, que as empresas do país vão dobrar a exportação de fertilizantes para o Brasil. 

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse não ter tomado lado no conflito Rússia - Ucrânia Foto: Bernadett Szabo/REUTERS

Durante a transmissão pelas redes sociais, o presidente citou o aumento do preço do petróleo, decorrente das tensões entre Rússia e Ucrânia, mas ponderou que a valorização do real pode ajudar o País. “Dólar caiu bastante de preço, isso é bom para a gente porque tira pressão dos combustíveis”, disse Bolsonaro, ao destacar que, neste momento, suapreocupação é em diminuir a inflação e criar empregos formais. 

Ao se referir à repercussão, nas redes sociais, de sua visita a um monumento erguido em homenagem a soldados mortos na Segunda Guerra Mundial – quando a Rússia era a comunista União Soviética –, Bolsonaro mandou que os críticos estudassem. “Os russos lutaram ao nosso lado contra o nazismo”, observou.

O serviço de segurança russo também foi elogiado pelo presidente. O Estadão/Broadcast Político apurou que Bolsonaro conversou sobre cibersegurança com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante a visita a Moscou. “O serviço de inteligência dele funciona, assim como o meu tem melhorado”, argumentou ele. A Rússia tem um histórico de críticas por denúncias de espionagens e tentativas de interferência em eleições de outros países, como os Estados Unidos. 

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