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Após críticas, Chávez nega censura à internet

Na semana passada, presidente havia sugerido controle sobre a rede após divulgação de notícia falsa em site.

Por Claudia Jardim
Atualização:

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, negou neste domingo que seu governo pretenda controlar o uso da internet no país. A declaração foi feita uma semana após o mandatário ter dito que a rede deveria ser regulada, em resposta à publicação de uma falsa informação sobre a morte de um de seus ministros. "Corre o mundo a notícia, falsa obviamente, segundo a qual por aqui vamos acabar com a internet, que estamos limitando, que vamos controlar", afirmou Chávez no programa dominical de rádio e televisão "Alô Presidente". "Aqui o uso da internet é lei", acrescentou Chávez, durante o lançamento dos projetos de Infocentro, programa social de acesso gratuito à internet "Isto (o Infocentro) é como uma trincheira, um fuzil. Temos que estar preparados", afirmou, ao acrescentar que a rede é uma "trincheira" por meio da qual "foram dados golpes de Estado", afirmou Chávez. "Correm por aí, pela Internet, não sei em quantas páginas, blogs (...), as correntes da conspiração (...) Agora, o povo pega a internet e é contra a contrarrevolução", disse. Chávez disse que o uso da rede na Venezuela teria "disparado". Segundo o governo, as assinaturas para uso da rede subiram de 274 mil a 585 mil em 2009, enquanto que o número de usuários da internet no país subiu de 820 mil a 7,5 milhões na última década. Críticas A polêmica sobre um possível controle do Estado à internet teve início há uma semana, quando Chávez criticou a difusão de uma falsa informação no portal de notícias Noticiero Digital que relatava o suposto assassinato de um ministro e de um apresentador da TV estatal. Na ocasião, citando a chanceler alemã Angela Merkel, Chávez disse concordar que "a internet não pode ser uma coisa livre onde se faça e se diga o que seja, cada país tem que aplicar suas regras". As declarações do presidente desataram severas críticas de seus opositores e inclusive de simpatizantes que consideraram que a medida, se fosse concretizada, seria contrária à liberdade de expressão. Em entrevista à BBC Brasil, o deputado Manuel Villalba, presidente da comissão parlamentar de Ciência, Tecnologia e Meios de Comunicação, negou a existência de um projeto de lei no Parlamento que pretenda regular o acesso à rede. Na semana passada, o Parlamento aprovou a criação de uma comissão especial para investigar os administradores dos portais que desrespeitarem o Código Penal ou a Constituição do país. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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