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Após críticas, ONG lança sequência de campanha contra Joseph Kony

'Kony 2012 Parte II' tenta detalhar o conflito de 26 anos e mostrar quem produz essa campanha

Por Associated Press
Atualização:

SAN DIEGO - Um vídeo que se tornou viral na internet, com mais de 100 milhões de acessos no Youtube, teve a façanha de transformar o ditador africano Joseph Kony em um nome conhecido e turbinar a caçada internacional pelo violento líder rebelde. Pode uma sequência do filme fazer mais?

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Essa é a grande questão para a pequena ONG californiana Invisible Children e seu esforço mais recente: "Kony 2012 Parte II", que deve ser lançado na quinta-feira.

A sequência repete algumas das mesmas estratégias que o primeiro vídeo de uma jovem comunidade global se mobilizando para ação. Mas é sensível a falta da voz do co-fundador da ONG, Jason Russel, que dirigiu o primeiro filme. Russel foi diagnosticado com psicose no último mês após testemunhas terem o encontrado andando pelado numa calçada de São Diego, gritando de forma desconexa e dando murros no chão. Sua crise aconteceu logo após "Kony 2012" ter alçado o grupo ao estrelato mundial.

Também está ausente na sequência o tipo de narrativa que fez o original parecer único. O primeiro "Kony 2012" apresentou a questão global por meu de um olhar de criança, com uma conversa entre Russel, que dirigiu o filme, e seu filho pequeno Gavin sobre como enfrentar as pessoas más.

O último vídeo é um documentário tradicional de apelo crítico, após reclamações de que "Kony 2012" era muito centrado nos americanos, que o grupo tinha gasto pouco dinheiro diretamente nas pessoas que ele tenta ajudar, e que ele simplificou demais um conflito de 26 anos envolvendo o exército de resistência de Kony.

O vídeo original já entrou para a história como um estudo de caso sobre o que pode ser tornar viral na internet, afirma o especialista em cultura pop Robert Thompson. Mas a Internet é inconstante, ele diz.

"O fato é que a história se desenvolveu de uma maneira tão singular com toda aquela controvérsia que a sequencia não poderá prometer o mesmo sucesso do primeiro vídeo - que foi informar as pessoas de algo que elas não sabiam antes", disse Thompson, um professor da University Syracuse. "Agora nós vamos mergulhar nos detalhes, que nunca são tão excitantes".

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Ben Keesey, presidente da Invisible Children's, disse que a sequencia foi realizada em duas semanas. O objetivo, segundo ele, era a necessidade de a organização responder às pessoas que queriam saber quem estava por trás do sucesso da Internet que levou a União Africana a enviar 5 mil soldados para se juntarem à caçada por Kony, e a um grupo bipartidário de 40 senadores americanos aprovarem uma resolução condenando Kony.

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