Após cúpula, Trump distorce fatos sobre relações entre EUA e Coreia do Norte
Presidente americano faz comentários a partir de informações falsas envolvendo Pyongyang e afirma que todos os restos mortais dos desaparecidos na guerra de 1953 serão repatriados
Trump: "O presidente Kim e eu acabamos de assinar uma declaração conjunta na qual ele reafirma seu compromisso inabalável para completar a desnuclearização da Península Coreana. Também concordamos em negociações vigorosas para implementar o acordo outro governo, que nunca começou [as negociações] e, portanto, nunca fez isso."
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Fato: Trump erra ao sugerir que seu governo é o primeiro a negociar a desnuclearização com a Coreia do Norte. Os governos de Bill Clinton e George W. Bush também fizeram isso. Clinton chegou a um acordo para o desarmamento em 1994, que suspendeu a produção de plutônio do país por oito anos, congelando o que era, à época, um pequeno arsenal atômico. Bush já adotou um posicionamento mais rígido. O acordo de 1994 terminou em meio às suspeitas de que Pyongyang estava mantendo um programa secreto para enriquecimento de urânio. No entanto, Bush também buscou negociar. Algumas instalações nucleares foram temporariamente desativadas, mas as conversações não seguiram adiante em razão dos desentendimentos quanto à inspeção das instalações.
Trump: "Ele realmente mencionou o fato de que eles seguiram por um caminho no passado e, no fim das contas, como vocês sabem, nada foi feito. Em um dos casos, eles levaram bilhões de dólares do governo Clinton. Levaram bilhões de dólares e nada aconteceu. Ele disse sobre Clinton [que] 'Ele gastou US$ 3 bilhões e não conseguiu nada'".
Fato: Os números estão incorretos. O governo Clinton e o governo Bush forneceram cerca de US$ 1,3 bilhão em assistência de 1995 a 2008, segundo diz o Serviço de Pesquisa do Congresso. Pouco mais da metade do dinheiro foi utilizado para alimentação e cerca de 40% foi aplicado no setor energético. Trump também erra ao dizer que "nada aconteceu" em troca. A Coreia do Norte parou de produzir plutônio por oito anos sob o acordo de 1994. Os resultados, no entanto, são indefinidos, já que mais tarde surgiram as suspeitas de que o país estava em busca do enriquecimento de urânio.
Trump, sobre as famílias de soldados desaparecidos na Guerra da Coreia: "Eles querem os restos mortais de seus pais e mães e de todas as pessoas que foram sequestradas naquela guerra realmente brutal, que ocorreu, em grande parte, na Coreia do Norte. E eu pedi isso hoje. E nós conseguimos. Então, para os milhares e milhares - acho que mais de 6 mil reconhecidos em termos de restos mortais - eles serão trazidos de volta.
Fato: Trump exagera no número de desaparecidos e encobre as possibilidades certamente impossíveis de localizar os restos mortais de "todas as pessoas" mais de seis décadas depois da Guerra da Coreia. Dos quase 7,8 mil soldados americanos desaparecidos no conflito, cerca de 5,3 mil se perderam na Coreia do Norte. Milhares também desapareceram na Coreia do Sul, apesar da estreita aliança e histórico de cooperação do país com os EUA. Coreia do Norte e EUA permanecem tecnicamente em guerra porque os combates de 1950-1953 terminaram com um armistício, e não um tratado de paz. Mas de 1996 a 2005, equipes de busca militar conjunta dos EUA e Coreia do Norte conduziram 33 operações de recuperação e resgataram 229 conjuntos de restos mortais americanos. O documento assinado na terça-feira inclui a retomada dos trabalhos para repatriar os restos mortais dos prisioneiros desaparecidos no conflito.
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Trump: "Eu me lembro de ouvir no rádio sobre um evento nuclear que ocorreu - 8,8 na escala Richter. Anunciaram um terremoto enorme, sabe, que um terremoto tinha ocorrido na Ásia. Disseram que era na Coreia do Norte e então descobriram que era um teste nuclear. Eu nunca tinha ouvido falar de uma escala Richter na casa de oito."
Fato: A Coreia do Norte não teve nenhum terremoto no ano passado neste nível de severidade. Esta não é a primeira vez que Trump deturpa o episódio. Em setembro, o país testou o que chamou de bomba de hidrogênio, causando um abalo subterrâneo tão forte que foi registrado como um terremoto de magnitude 6,3 graus. Outros testes nucleares no ano passado foram associados a eventos sísmicos menores. Um terremoto de escala 8,8 seria 316 vezes maior e liberaria 5,6 mil vezes mais energia do que um de escala 6,3. / AP
O encontro de Donald Trump e Kim Jong-un em Cingapura
1 / 31O encontro de Donald Trump e Kim Jong-un em Cingapura
Coreia do Norte
Donald Trump se reúne com Kim Jong-un em Cingapura. Foto: AFP Photo/Saul Loeb
O encontro entre Kim e Trump
No começo do encontro, líderes apareceram em varanda do Capella Hotel para fotos. Foto: AP Photo/Evan Vucci
O encontro entre Kim e Trump
O início do encontro entre Trump e Kim em Cingapura. Eles devem falar sobre o resultado da reunião em coletiva de imprensa prevista para as 5h desta t... Foto: AP Photo/Evan VucciMais
O encontro entre Trump e Kim
Em estação de trem em Seul, na Coreia do Sul, moradores comemoram o aperto de mãos entre os líderes dos EUA e Coreia do Norte. Foto: AP Photo/Ahn Young-joon
O encontro entre Kim e Trump
O clima entre os líderes foi amistoso, com sorrisos e apertos de mãos, no começo do encontro no Capella Hotel. Foto: Saul Loeb/AFP
O encontro entre Trump e Kim
Coreanos que vivem em Cingapura assistem ao encontro transmitido pela TV local. Foto: REUTERS/Tyrone Siu
O encontro entre Trump e Kim
Depois de aperto de mãos, Kim e Trump posaram brevemente para fotos antes de reunião a portas fechadas no Capella Hotel, em Cingapura. Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
O encontro entre Kim e Trump
Sul-coreano mostra cartaz de apoio ao encontro entre Kim e Trump próximo ao Capella Hotel, em Cingapura. Foto: REUTERS/Kim Kyung-hoon
O encontro entre Kim e Trump
Imprensa foi autorizada a registrar imagens dos primeiros minutos da reunião entre Kim e Trump. Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
O encontro entre Kim e Trump
Repórteres, fotógrafose cinegrafistas se aglomeram do lado de fora do Capella Hotel, isolados por forte esquema de segurança. Foto: Bloomberg photo by SeongJoon Cho
O encontro entre Kim e Trump
Antes de reunião, líderes da Coreia do Norte e dos EUA posaram para imagens no Capella Hotel, na ilha-resort de Sentosa, em Cingapura. Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
O encontro entre Kim e Trump
Público sul-coreano para em estação de trens de Seul para assistir à transmissão do encontro entre Kim Jong-un e Donald Trump. Foto: AP Photo/Ahn Young-joon
Trump e Kim se reúnem em hotel em Cingapura.
Após aperto de mãos oficial, Kim Jong-un e Donald Trump se encaminharam para encontro a portas fechadas. Foto: Saul Loeb/AFP
O encontro entre Trump e Kim
Jornalistas norte-coreanos filmam a escolta do líder Kim Jong-un no trajeto entre o hotel onde está hospedado até o local do evento onde deve encontra... Foto: AP Photo/Yong Teck LimMais
Coreia do Norte
Sul-coreanos acompanham encontro entre Trump e Kim Jong-un em TV de estação de trem em Seul Foto: AFP PHOTO / Jung Yeon-je
O encontro entre Trump e Kim
Jornalistas de todo o mundo na cobertura do encontro histórico entre os líderes dos EUA e da Coreia do Norte na ilha-resort de Sentosa, em Cingapura. Foto: REUTERS/Kim Kyung-hoon
O encontro entre Trump e Kim
Kim e Trump se encaminham para reunião a portas fechadas no Capella Hotel. Foto: Saul Loeb/AFP
Coreia do Norte
Kim Jong-un e Donald Trump trocam aperto de mãos histórico antes de cúpula em Cingapura Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
O encontro entre Trump e Kim Jong-un
Em Washington, nos EUA, ativistas fazem vigília em frente à Casa Branca para celebrar o encontro entre Trump e Kim Jong-un em Cingapura. Foto: REUTERS/Toya Sarno Jordan
O encontro de Trump e Kim Jong-un
O palco onde são aguardados os líderes dos EUA e da Coreia do Norte no Capella Hotel, na Ilha de Sentosa, em Cingapura. Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
O encontro entre Trump e Kim
Policiais em comboio para escolta de Kim Jong-un até o Capella Hotel, na ilha-resort de Sentosa, em Cingapura. Foto: AP Photo/Yong Teck Lim
O encontro entre Trump e Kim
O líder norte-coreano Kim Jong-un, acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores de Cingapura, Vivian Balakrishnan, na chegada à ilha-resort de Se... Foto: KCNA via REUTERSMais
O encontro entre Trump e Kim
O presidente Donald Trump encontra o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong, na sede do governo do país. Foto: Doug Mills/The New York Times
Fazendo história
Kim Jong-un e Donald Trump trocam aperto de mãos histórico antes de cúpula em Cingapura. Foto: Jonathan Ernst/Reuters
O encontro entre Trump e Kim
O comboio policial que acompanhou o carro onde o presidente norte-americano, Donald Trump, foi levado até o local do encontro com Kim Jong-un na ilha-... Foto: AP Photo/Wong Maye-EMais
O encontro entre Trump e Kim
Após almoçarem juntos,os líderes passearam pelohotel Capellae depois se separaram para se reunir com suas respectivas delegações e avaliar os progress... Foto: REUTERS/Jonathan ErnstMais
O encontro entre Trump e Kim
Por volta das 2:30h, no horário de Brasília, os líderes se reuniram para assinar umacordo que, segundo eles, representauma “cooperação entre os dois p... Foto: REUTERS/Jonathan ErnstMais
O encontro entre Trump e Kim
Um funcionário norte-coreano limpa e guarda a caneta usada por Kim para assinar o acordo. Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
O encontro entre Trump e Kim
Durante a assinatura do acordo, os líderes deram declarações à imprensa. Trump disse que "os dois lados ficarão impressionados com o resultado da cúpu... Foto: REUTERS/Jonathan ErnstMais
O encontro entre Trump e Kim
Após a assinatura do acordo, os líderes deixaram a sala. O presidente norte-americano chegou a afirmar que "com certeza" irá convidar Kim para visitar... Foto: REUTERS/Jonathan ErnstMais
O encontro entre Trump e Kim
Após mais de quatro horas com o presidente norte-americano, Kim Jong-un deixa o hotel Capella em seu carro oficial. O presidente Trump ainda aguarda n... Foto: REUTERS/Athit PerawongmethaMais