Após encontro com Lula, premiê da Malásia critica os EUA

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Por Agencia Estado
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O primeiro-ministro da Malásia, Mahatir Mohamad, disse hoje, após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que "poderá ser desastroso para o mundo" um ataque ao Iraque pelos Estados Unidos sem o apoio das Nações Unidas. "Se os Estados Unidos ignorarem a ONU, será desastroso para o mundo porque significa que não haverá consulta entre países sobre as questões do mundo. Espero que os Estados Unidos pensem muito sobre as suas intenções anunciadas", disse o primeiro ministro. Segundo ele, a posição da Malásia é igual à do governo brasileiro, de que nenhuma ação deve ser tomada unilateralmente. Mahatir Mohamedd disse que a única ação que pode ser adotada por países como Brasil e Malásia é unificar as posições e manifestá-las ao povo norte-americano. "Porque apelar ao governo dos Estados Unidos parece não adiantar muito. Temos que nos posicionar ao povo norte-americano, que parece dividido", disse. Para ele, um número cada vez maior de norte-americanos sente que o país não deve ir à guerra. "Se nós pudermos nos posicionar com o povo e dizer que eles não devem apoiar a guerra, talvez o governo norte-americano desista dela," afirmou. O primeiro ministro lembrou que os Estados Unidos desistiram da guerra no Vietnã por causa da pressão da opinião pública. Terrorismo Mahatir Mohamedd fez um alerta sobre os riscos que correm os cidadãos norte-americanos caso os EUA venham a vencer a guerra. Para ele, os efeitos de uma guerra serão duradouros e devem desestabilizar o mundo. Ele disse que o povo islâmico não pode fazer nada contra a guerra porque já está enfraquecido, mas disse que ninguém conseguirá conter ataques terroristas isolados. "Ninguém poderá impedir que um muçulmano irado cometa uma loucura. E nós sabemos que os americanos viajam pelo mundo", disse, comentando sobre a possibilidade de novos atentados. Mohamed considerou positiva a idéia do presidente Lula, que sugeriu ao secretário-geral da ONU, Koffi Annan, a realização de uma reunião de chefes de Estado não-membros das ONU interessados em discutir a questão da guerra.

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