O presidente americano, Barack Obama, encerrou nesta quarta-feira, 23, sua viagem de cinco dias pela América Latina e, de volta aos Estados Unidos, deve concentrar as atenções na intervenção militar na Líbia liderada por Washington. A ofensiva, respaldada pelo Conselho de Segurança da ONU, eclipsou a importância política da passagem do líder democrata por Brasil, Chile e El Salvador.
O presidente antecipou em várias horas sua volta a Washington, onde críticas sobre atuação dos Estados Unidos na ação contra o ditador líbio Muamar Kadafi o aguardam. Obama deve enfrentar pressão por uma maior clareza quanto ao papel de seu país na missão das forças aliadas, além de questionamentos sobre os objetivos e o custo de abrir mais uma frente de batalha em outro país muçulmano, já que tropas americanas estão atualmente no Iraque e no Afeganistão.
A ação militar na Líbia foi autorizada por Obama quando ele estava no Brasil, e seus assessores tiveram que driblar uma agenda oficial lotada para manter o presidente informado enquanto comparceia a eventos em Brasília e no Rio de Janeiro. A viagem pela América Latina tinha como objetivo reafirmar a influência dos Estados Unidos na região, cortejada comercialmente pela rival China.
No Brasil e no Chile, Obama concentrou esforços no incentivo a acordos comerciais e a aceitação da exportação dos Estados Unidos - o que ajudaria na recuperação dos níveis de emprego em seu país, já visando a reeleição em 2012. Em El Salvador, falou mais de temas como imigração e segurança e prometeu um investimento de US$ 200 milhõespara ajudar a América Central a lutar contra o narcotráfico.
Nos últimos anos, a agenda da política externa dos Estados Unidos para América Latina foi praticamente esquecida - em oposição a uma atuação com mão-de-ferro durante a maior parte do século 20, antes e durante a Guerra Fria. A viagem de Obama visava justamente cobrir essa lacuna e reforçar os laços entre as Américas, mas a crise no Oriente Médio, em especial na Líbia, diminuiu o impacto político do gesto de Washington. Nenhum acordo ou pacto significativo no campo econômico foi firmado.
com Efe