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Após giro latino, Bush anuncia esforço por reforma migratória

Depois de sua viagem pela América Latina, que terminou nesta quarta, o presidente foi diretamente ao Congresso anunciar seus planos para a reforma

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou nesta quarta-feira, 14, que planeja reatar laços com o México sob promessas de amenizar as leis de imigração e endurecer a repressão ao tráfico de drogas. Depois da viagem de Bush pela América Latina, a qual terminou nesta quarta-feira, o presidente foi diretamente ao Congresso anunciar seus planos para a reforma, que ainda sofre com o ceticismo por parte do país vizinho. "Trabalharei com o Congresso, com os dois partidos políticos para aprovar as novas leis de imigração que respeitem a integridade individual", disse o presidente. "Minha promessa para você e para seu governo, mas principalmente para o povo do México", ressaltou. Bush havia prometido fazer do México uma prioridade quando tomou posse, em 2001, mas a guerra contra o terror deixou no país a sensação de estar sendo negligenciado. "Acredito que essa reforma é importante pois uma boa lei de migração pode ajudar as economias e segurança de ambos países", afirmou Bush. "Se os mexicanos puderem vir, por exemplo, em um sistema de trabalho temporário para exercer funções que os americanos não podem, eles não precisarão ter que invadir as fronteiras." Cerca na fronteira Os mexicanos representam mais de metade dos 12 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos EUA, e o México está insatisfeito com os planos norte-americanos de construir uma cerca na fronteira para conter a imigração ilegal. "Não há como conter a migração, principalmente por decreto", disse Calderón, conservador que assumiu o cargo em dezembro. Calderón agradou aos EUA ao colocar milhares de soldados no combate aos cartéis de narcotraficantes do México, mas costuma reclamar que os Estados Unidos não atacam seu consumo doméstico de drogas nem impedem as gangues mexicanas de comprar armas ao norte da fronteira. "Precisamos da colaboração e da participação ativa de nosso vizinho, sabendo que, enquanto a demanda por drogas nos outros lugares não for reduzida, será muito difícil diminuir o fornecimento", disse Calderón. Bush não conseguiu aprovar a reforma na imigração no ano passado por causa da preocupação conservadora, no Congresso então republicano, com o reforço do policiamento na fronteira. Não se sabe se os democratas, que agora dominam o Congresso, estarão abertos a um acordo sobre o assunto.

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