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Após morte de líder militar, Farc descartam rendição

Publicação da guerrilha prega 'solução política e pacífica' para o conflito na Colômbia e critica reações à morte de Mono Jojoy.

Por Claudia Jardim
Atualização:

Um dia após a morte do líder guerrilheiro Mono Jojoy, o número dois na linha de comando das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), o grupo rebelde afirmou nesta sexta-feira que quer uma "oportunidade para a paz" e não para a rendição. "Continuamos reclamando uma oportunidade para a paz, não à rendição, como teimosa e estupidamente pensa o regime (colombiano)", disse a guerrilha num editorial publicado nesta sexta-feira na revista do Secretariado das Farc. "O único caminho é a solução política e pacífica para o conflito social e armado interno, e nele somos e seremos fatores determinantes (...). As demais estratégias somente contribuem para prolongar o espiral da guerra." No editorial, as Farc criticam as reações do governo e dos meios de comunicação colombianos à morte de Mono Jojoy, classificando-as de "triunfalismo macabro" e de uma tentativa de "cantar uma falsa e vitoriosa aniquilação da insurgência". A revista não menciona diretamente Mono Jojoy e diz que em breve o Secretariado das Farc, máxima instância política e militar do grupo, fará um pronunciamento. Reforço na segurança Temendo uma reação da guerrilha, autoridades colombianas informaram ter reforçado a segurança na capital Bogotá, principalmente no Instituto Médico Legal para onde foi levado o corpo de Jojoy e de outros seis rebeldes mortos durante o bombardeio. Ao dar detalhes da operação militar que matou Jojoy, o ministro de Defesa colombiano, Rodrigo Rivera, pediu a deserção dos guerrilheiros das Farc e do Exército de Libertação Nacional, a segunda maior guerrilha colombiana. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, por sua vez, disse que a operação militar contra o acampamento da guerrilha era a "operação de boas-vindas às Farc". "Ao restante das Farc, avisamos que vamos atrás deles. Aqui não vamos baixar a guarda", afirmou Santos. Atrás apenas de Alfonso Cano, Mono Jojoy era o segundo na linha de comando das Farc e líder militar do maior grupo guerrilheiro da Colômbia. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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