Após pedir desculpas por restrições contra a covid na Semana Santa, Merkel adota tom otimista

Embora mutações agressivas sejam equivalentes a uma nova pandemia, ela disse que há 'luz no fim do túnel', já que imunizações mais rápidas e testes generalizados oferecem um caminho para sair da crise

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Por Redação
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BERLIM - A chanceler da AlemanhaAngela Merkelpediu nesta quinta-feira, 25, aos alemães que sejam mais otimistas e se unam para vencer o coronavírus. "Você não pode alcançar nada se apenas ver o (lado) negativo", disse ela aos legisladores em Berlim nesta quinta, um dia depois de fazer um raro pedido de desculpas público por um plano fracassado para um rígido bloqueio de Páscoa.

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Embora mutações agressivas sejam equivalentes a uma nova pandemia, ela disse que há "luz no fim do túnel", já que imunizações mais rápidas e testes generalizados oferecem um caminho para sair da crise, implorando para que as pessoas continuem esperançosas.

Com a maior economia da Europa dominada por uma terceira onda, a raiva pública se intensificou em relação à estratégia do governo para o vírus. A taxa de contágio na Alemanha quase dobrou no mês passado, enquanto o lançamento da vacina continua lento.

Chanceler alemã, Angela Merkel, durante sessão no Parlamento: 'Você não pode alcançar nada se apenas ver o (lado) negativo' Foto: Stefanie Loos/AFP

"É decisivo se o copo está meio cheio ou meio vazio", disse ela antes de uma cúpula virtual com outros líderes da União Europeia na quinta-feira. "Se estiver apenas meio vazio, então, como país, não seremos capazes de desenvolver a força criativa para sairmos desta crise."

A líder alemã está sob crescente pressão por causa de erros no combate à pandemia. Recentemente o país teve vários protestos contra a tentativa do governo de impor medidas restritivas. 

Na quarta-feira, ela foi forçada a abandonar seu plano de um bloqueio de cinco dias durante a Páscoa, após uma reação intensa. A iniciativa foi a única nova proposta acertada com as 16 lideranças estaduais nas tensas conversas que duraram mais de 12 horas e estabeleceu o fechamento de lojas e cerimônias religiosas organizadas por videoconferência.

"A situação é grave. O número de casos aumenta exponencialmente, e os leitos de terapia intensiva voltam a ser preenchidos", alertou a chanceler, ao final da reunião de segunda-feira.

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No entanto, hoje, Merkel disse que cometeu um "erro", ao tentar reforçar as normas de saúde contra a covid-19 para o feriado prolongado da Semana Santa, e confirmou o abandono do plano.

A terceira onda epidêmica se tornou um calvário para a chanceler, cujo partido está em queda livre nas pesquisas, a ponto de embaralhar as cartas seis meses antes das eleições que marcarão o fim de seus 16 anos no comando da Alemanha.

“Vamos derrotar esse vírus, tenho absoluta certeza de que vamos controlá-lo”, disse ela. "Portanto, trata-se de unir forças e olhar para o futuro positivamente, mesmo que a situação continue difícil. Isso é o que eu pediria a todas as pessoas neste país."

A região alemã do Sarre, no sudoeste, será a primeira do país a encerrar com as principais restrições contra o coronavírus, a partir de 6 de abril, logo depois da Páscoa, anunciaram as autoridades locais nesta quinta-feira. 

A partir dessa data, cinemas, teatros, salas de concertos, varandas de cafés e restaurantes, assim como academias, poderão reabrir. Também serão reduzidas as limitações para grupos e reuniões, informou Tobias Hans, presidente desta região que faz fronteira com França e Luxemburgo.

"Decidimos aliviar as restrições para a vida privada e pública", disse ele, observando, porém, que um teste negativo rápido deverá ser apresentado no mesmo dia./ W.Post e AFP 

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