Após protesto, governo da Tunísia anuncia eleições

Votação será realizada até meados de julho; manifestantes voltam às ruas de Túnis

PUBLICIDADE

Atualização:

TÚNIS - O governo de transição da Tunísia anunciou nesta sexta-feira, 25, que realizará eleições até meados de julho, informou um comunicado do gabinete, reproduzido pela agência estatal de notícias TAP. O anúncio ocorre após uma multidão estimada em 100 mil pessoas ter realizado uma manifestação mais cedo na capital Túnis, pedindo a renúncia do governo provisório.

 

PUBLICIDADE

Veja também:especialInfográfico:  A revolta que abalou o Oriente Médio

 

Helicópteros do exército sobrevoaram a manifestação, mas não houve informações sobre violência. Os manifestantes e funcionários da organização humanitária Crescente Vermelho afirmam que este foi o maior ato político na Tunísia desde a queda do presidente Zine El Abidine Ben Ali, em 14 de janeiro, após várias semanas de grandes protestos no país.

 

Segundo a rede Al-Jazira, mais de um mês após a queda de Ben Ali, que ficou 23 anos no poder, muitos tunisianos ainda dizem não ver os benefícios da revolução. Eles afirmam que problemas como o grande nível de desemprego e a pobreza generalizada permanecem, informou a rede do Catar em seu site.

 

Nesta sexta, milhares de pessoas se concentraram na frente do Palácio de Governo, na medina do centro de Túnis, para pedir a renúncia do Executivo de transição tunisiano e do primeiro-ministro, Mohamed Ghannouchi. A polícia fez disparos de advertência para dispesar a multidão, que, segundo os manifestantes, podia reunir dezenas de milhares.

 

As revoltas na Tunísia foram o estopim para uma série de revoluções no mundo islâmico. No Egito,  o presidente Hosni Mubarak foi derrubado após 18 dias de protestos. Marchas também ocorreram no Bahrein, na Líbia, no Iêmen, na Jordânia, no Marrocos e em outros países da região.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.