LA PAZ- Dias depois de ter sido acusado de abrigar o ex-técnico da CIA Edward Snowden, responsável por vazar segredos de espionagem dos EUA, de fugir de Moscou, o presidente da Bolívia, Evo Morales, disse neste sábado, 6, que concederá asilo a Edward Snowden, ex-agente da CIA responsável pela revelação de dois programas secretos de espionagem eletrônica promovidos pelo governo norte-americano, se ele solicitar o pedido ao país. Segundo Evo, a Bolívia "não tem medo" dos Estados Unidos e de seus aliados europeus.
Ontem, os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Nicarágua, Daniel Ortega, também anunciaram a disposição de conceder asilo político ao norte-americano.
"Na condição de chefe de Estado e de governo da República Bolivariana da Venezuela, decidi oferecer asilo humanitário ao jovem estadunidense Edward Snowden, para que possa vir a viver livre da perseguição do império", declarou Maduro em uma cerimônia para celebrar a independência venezuelana.
Snowden está foragido desde que vazou as informações sobre os programas de espionagem de telefonemas e redes sociais do governo americano.Em 23 de junho, ele saiu de Hong Kong com destino a Moscou e encontra-se atualmente na zona de trânsito do aeroporto internacional moscovita.
Em Manágua, Ortega declarou-se disposto a fazer oferta semelhante à de Maduro "se as circunstâncias assim permitirem". Segundo ele, a embaixada nicaraguense em Moscou recebeu o pedido de asilo de Snowden e está estudando o caso.
Unasul. Líderes da Unasul exigiram, em um comunicado divulgado na quinta-feira, que França, Itália, Portugal e Espanha deem explicações sobre a decisão de proibir a entrada do avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, em seus respectivos espaços aéreos durante um voo sobre a Europa. O avião de Evo ficou retido em Viena por uma suspeita infundada de que o líder boliviano, que estava na Rússia estaria auxiliando Snowden a fugir do país. / AP