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Após sofrer novo ataque, ONU suspende ações na Faixa de Gaza

Comboios da organização e do CICV são alvejados por Israel; Conselho de Segurança chega a pré-acordo para aprovar resolução; foguetes lançados do Líbano ferem 2 israelenses; Obama poderá falar com Hamas

Por Cidade de Gaza
Atualização:

Um comboio da ONU e outro do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) foram atacados ontem, na Faixa de Gaza. Pelo menos um funcionário das Nações Unidas morreu, levando a organização a suspender suas atividades humanitárias "até que as autoridades israelenses possam dar garantias de segurança". O CICV, por seu lado, anunciou que prosseguiria com seus trabalhos. Veja cronologia multimídia dos ataques em Gaza Especial mostra os alvos da operação israelense Embaixador no Egito fala sobre as negociações O incidente envolvendo a ONU ocorre dois dias depois de tanques do Exército de Israel terem aberto fogo contra duas escolas administradas pelas Nações Unidas causando 43 mortes, incluindo a de 4 funcionários da organização. O ataque aos caminhões da ONU ocorreu nas proximidades da passagem de Erez - na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel -, em meio à trégua diária de três horas, estabelecida unilateralmente por Israel para permitir que 750 mil palestinos recebam assistência médica e alimentos das agências humanitárias. "Nossas instalações foram atingidas e nossos trabalhadores foram mortos, apesar de as autoridades israelenses terem as coordenadas de nossa localização e apesar de os nossos movimentos terem sido informados ao Exército israelense", disse o porta-voz da organização, Chris Gunness. Segundo a ONU, o caminhão atingido estava identificado com o emblema da organização. O motorista foi morto e três funcionários ficaram feridos depois que um tanque abriu fogo contra o veículo. No caso do CICV, o motorista de um caminhão foi ferido levemente por disparos de fuzis em Netzarim, segundo disse ao Estado a porta-voz do CICV para o Oriente Médio, Dorothea Krimistas. Gunnes qualificou de "crítica" a situação humanitária no território palestino e o CICV acusou os militares israelenses de bloquear as operações de remoção de feridos e resgate de corpos. Durante a pausa de três horas nos combates de ontem, os serviços de emergência palestinos recolheram pelo menos 35 cadáveres em áreas até agora inacessíveis para as ambulâncias. Fontes médicas em Gaza estimam em 763 o número de palestinos mortos desde o início da ofensiva, dia 27. Pelo menos 1 milhão de palestinos - ou dois terços da população da Faixa de Gaza - está sem eletricidade, 750 mil não têm água potável e os hospitais funcionam apenas com geradores de emergência. "Dispomos de reservas alimentares para alguns dias, mas não para semanas", acrescentou Gunnes. Em combates na Faixa de Gaza, Israel matou 24 palestinos, segundo informações de fontes médicas. Entre os mortos, há dois irmãos - um de 6 e outro de 13 anos. No total, três soldados morreram nos combates de ontem - elevando para 13 o número de israelenses mortos desde o início do conflito, no dia 27. Pelo menos 24 foguetes do Hamas atingiram ontem o sul de Israel. Mas a quantidade de disparos diminuiu, o que pode indicar que a ofensiva israelense começa a ter resultados. MILITANTES EM ESCOLAS Após o ataque às escolas na terça-feira, Israel alegou que os soldados apenas responderam a disparos que teriam sido efetuados por membros do Hamas do interior do edifício. Mas, ontem, segundo Gunness, "Israel admitiu que os foguetes vieram de fora da escola". A informação não foi confirmada por fontes do governo. AP E AFP

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