
13 Outubro 2018 | 03h52
IZMIR, Turquia - O pastor americano Andrew Brunson, preso por dois anos na Turquia por "vínculos terroristas", deixou o país na sexta-feira, 12, e chegará aos Estados Unidos na tarde deste sábado, 13. O pregador evangélico foi detido em 2016 na onda de expurgo conduzida pelo presidente turco Recep Tayyip Erdogan após a tentativa frustrada de golpe em julho daquele ano. A prisão provocou tensões nas relações diplomáticas entre Washington e Ancara.
Brunson deixou a cidade de Izmir, onde esteve detido inicialmente em regime fechado até ser transferido para a prisão domiciliar em julho deste ano, e partiu rumo à Alemanha em um avião militar americano. O pastor passará por uma avaliação médica antes de seguir viagem para os Estados Unidos. O embaixador americano na Alemanha, Richard Grenell, se encontrou com Brunson quando ele aterrissou no país europeu.
"Ele está quase em casa graças ao Presidente Donald Trump", escreveu Granell em sua conta no Twitter. "Quando lhe presenteei com a bandeira americana, ele a beijou imediatamente"
I welcomed Pastor Brunson & his wife to Germany on their refueling stop. He’s almost home thanks to @realDonaldTrump.
When I presented him with the US flag, he immediately kissed it. #agratefulnation pic.twitter.com/b82gA7PXVr — Richard Grenell (@RichardGrenell) 13 de outubro de 2018
A previsão é que Brunson aterrisse na Base Aérea de Andrews, em Washington, na tarde deste sábado. O presidente americano, Donald Trump, sinalizou que o pastor poderá visitar a Casa Branca no mesmo dia.
Brunson, de 50 anos, ficou preso dois anos sob acusação de terrorismo e espionagem que ele e Trump dizem ser falsas. Os procuradores turcos o acusaram de ser ligado tanto a separatistas curdos quanto a uma organização liderada pelo dissidente Fethullah Gülen - acusado por Erdogan de ser o idealizador da tentativa de golpe. Nós últimos meses, Washington passou a considerar a libertação do pastor uma prioridade e, em agosto, impôs sanções a dois membros do alto escalão do governo turco para pressionar as autoridades de Ancara.
Questionado se a libertação de Brunson significaria a suspensão das sanções, Trump disse que nenhum acordo foi feito para garantir a soltura do pastor.
"Não houve nenhum acordo feito. Nenhum acordo. Mas nós estamos muito felizes de tê-lo em boas condições", afirmou o presidente, durante passagem pela cidade de Cincinnati, onde participa de um comício partidário.
O atrito diplomático entre Washington e Ancara sobre a libertação do pastor levou a uma queda brusca da lira, agravando a crise financeira da Turquia. //REUTERS
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