Após término de seqüestro, ativistas pedem fim da ocupação

Membros do "Christian Peacemaker Teams" foram libertados no Iraque, após 4 meses seqüestrados; co-diretor da organização diz que ocupação é raiz do problema

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Por Agencia Estado
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Embora tenha expressado satisfação pela libertação de seus membros seqüestrados no Iraque, o grupo ativista "Christian Peacemaker Teams" (CPT) aproveitou a oportunidade para pedir o fim da ocupação do país. Falando de Toronto, o co-diretor da organização, Doug Pritchard, comemorou a soltura de seus companheiros. "Nossos corações foram preenchidos de alegria hoje quando soubemos que Harmeet Singh Sooden, Jim Loney e Norman Kember foram libertados em segurança", disse ele em uma coletiva de imprensa. Mas acrescentou: "Para nós, a raiz da insegurança que levou a esses seqüestros e gera tanta dor e sofrimento no Iraque hoje é a ocupação ilegal pelas forças multinacionais." "A ocupação deve terminar", enfatizou. Segundo o ministro do Interior do Iraque, os prisioneiros foram resgatados em uma ação conjunta de forças americanas e britânicas no noroeste de Bagdá, entre a cidade de Mishahda e o subúrbio de Abu Ghraib. Funcionários britânicos confirmaram os nomes e as nacionalidades dos seqüestrados: os canadenses James Loney, de 41 anos, e Harmeet Singh Sooden, de 32, e o britânico Norman Kember, de 74 anos. O corpo de um americano seqüestrado junto com o britânico e os canadenses no dia 26 de novembro do ano passado foi encontrado no último dia 9. Os homens investigavam a prática de abusos contra prisioneiros iraquianos pelas forças de coalizão. Baseada em Chicago, a CPT envia voluntários ao Iraque desde outubro de 2002. O grupo promove acordos de paz em regiões de conflito. Alívio Em breve declarações à imprensa, parentes e amigos dos ativistas, além dos próprios, expressaram alívio com o término do seqüestro. O britânico Norman Kember disse hoje que "é fantástico estar em liberdade". "Quero voltar ao Reino Unido", declarou aos meios de imprensa britânicos. No Canadá, Ed Loney, irmão de James Loney, informou que a família já havia recebido um telefonema do ativista. "Ele falou que estava bem e que estava preocupado conosco e com as outras pessoas, o que é típico dele, que põe sempre os outros em primeiro lugar", disse Loney à rede de TV CBC. "Ele perdeu um pouco de peso, mas quando minha mãe falou com ele, James parecia ótimo", completou. Repercussão Em Londres, o secretário do Exterior britânico, Jack Straw, disse estar "muito contente com o fato de termos um final feliz para esse terrível acontecimento". Segundo Straw, Kember foi levado, em "condições razoáveis", para a fortificada Área Verde de Bagdá, região que abriga os principais órgãos públicos da capital iraquiana. Ainda segundo o chanceler inglês, os dois ativistas canadenses precisaram de tratamento médico. Já o conselheiro da Casa Branca Dan Bartlett disse à rede de TV CBS que os Estados Unidos continuarão tentando libertar outros reféns presos por grupos terroristas no Iraque. "Nós continuaremos a trabalhar o mais duro possível, fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance para libertar (a jornalista americana) Jill Carroll ou qualquer outro prisioneiro que continue seqüestrado no Iraque", disse Bartlett. "Eu acho típico do tipo de inimigo que estamos enfrentando essa predileção por atacar civis inocentes e jornalistas que tentam cobrir a guerra do Iraque." Carroll foi seqüestrada em Bagdá no dia 7 de janeiro.

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