ÁDEN, IÊMEN - Combatentes separatistas do sul do Iêmen cercaram nesta terça-feira, 30, o palácio presidencial em Áden, a segunda cidade mais importante do país, após três dias de confrontos com as forças governamentais, que perderam posições, informou uma fonte militar.
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O presidente iemenita, Abd Rabo Mansur Hadi, está refugiado na Arábia Saudita, mas seu primeiro-ministro, Ahmed Abid bin Daguer, e integrantes moravam no palácio presidencial de Áden.
"Os separatistas cercaram o palácio e agora controlam a entrada principal", disse a fonte, um oficial do Exército iemenita. "As pessoas que estão dentro do palácio se encontram oficiosamente em prisão domiciliar.”
Horas antes, a coalizão liderada pela Arábia Saudita pediu um cessar-fogo imediato na cidade de Áden. "A coalizão renova seu apelo a todas as partes para um cessar-fogo imediato e pelo fim de todas as formas de conflito armado", afirma a aliança em um comunicado citado pela agência saudita SPA.
"A coalizão afirma que tomará todas as medidas necessárias para restaurar a segurança e a estabilidade em Áden", completa a nota. No texto, a aliança militar lamenta a falta de resposta dos dois lados a seus pedidos anteriores de moderação e calma.
Segundo a agência de notícias EFE, citando fontes do Ministério do Interior iemenita, o acordo de cessar-fogo já foi estabelecido. O titular de Interior do país, Ahmed al Maisiry, se reuniu nesta madrugada com o dirigente dos separatistas, Eidarus al Zubeidi, para combinar o fim das hostilidades e o retorno das forças de ambas as partes às suas posições anteriores, indicaram as fontes que não quiserem se identificar. Contudo, até o momento, não há um comunicado oficial que confirme a informação.
Na segunda-feira, os combates com tanques e artilharia se tornaram mais intensos entre os separatistas do sul, que desejam a independência, e as tropas do governo de Hadi.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) informou que ao menos 36 pessoas morreram e 185 ficaram feridas em dois dias de combates.
O movimento separatista do sul do Iêmen, que era um Estado independente até a fusão com o Norte em 1990, é muito poderoso. Até maio de 2017, era aliado do presidente Hadi (respaldado por uma coalizão liderada pela Arábia Saudita), que estabeleceu o seu governo em Áden depois que foi expulso da capital Sanaa pelos rebeldes houthis (apoiados pelo Irã) em 2014. / AFP e EFE