PUBLICIDADE

Após um ano, Índia e China retomarão relações militares

Por AE
Atualização:

Índia e China vão retomar relações militares após um congelamento de um ano. Uma delegação indiana de defesa vai viajar para Pequim no domingo, segundo um funcionário do governo indiano. Nova Délhi suspendeu seu laços militares com Pequim no ao passado, depois que a China recusou um visto regular ao tenente general B.S. Jaiswal, ex-chefe do Exército do Comando do Norte, oferecendo a ele um visto carimbado num papel separado. Há alguns anos, Pequim tem dado os chamados vistos carimbados a moradores dos Estados de Jammu, Caxemira e Arunachal Pradesh, gesto que indica que a China questiona os direitos territoriais da Índia nesses regiões ao não tratar seus residentes como trata outros indianos. Nenhuma dessas questões foi resolvida. Na verdade, a delegação já não inclui o chefe do Comando do Norte, disseram pessoas ligadas ao caso. Ela será liderada por um funcionário que está um escalão abaixo, além de membros de outros comandos. Analistas dizem que a retomada das relações acontece num período no qual a China está adquirindo um peso maior na região em questões geopolíticas, o que, segundo alguns, está fazendo a Índia ajustar sua postura. "A Índia recuou em ambas as questões", disse Brahma Chellaney, professor de estudos estratégicos do Centro para Pesquisas Políticas, em Nova Délhi. "Há um déficit de liderança na Índia que reflete esta política inerte."Neste ano de congelamento de relações militares, a China enviou mais milhares de soldados para a Caxemira, controlada pelo Paquistão, elevando sua presença no subcontinente e pondo mais peso nas reivindicação paquistanesas na região, disse Chellaney.Mas alguns analistas veem a visita indiana na China como um passo positivo, dizendo que é necessário que os dois vizinhos - grandes, competitivos e com armas nucleares - retomem esse tipo de relação. "Trata-se de um evento importante que deve ser cautelosamente saudado, mas não trará grandes soluções", disse Uday Bhaskar, diretor da Fundação Nacional Marítima, de Nova Délhi. As informações são da Dow Jones.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.