Após vídeo de assassinato, Facebook admite falhas e diz que vai rever métodos

Imagens do crime em Cleveland ficaram disponíveis na rede social por mais de duas horas; polícia oferece recompensa de US$ 50 mil por suspeito

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NOVA YORK - Depois da divulgação de um vídeo no Facebook que mostra um assassinato nos Estados Unidos, o vice-presidente de operações globais da empresa, Justin Osofsky, admitiu nesta segunda-feira, 17, que o processo de revisão de conteúdo tem falhas e quer melhorar os métodos para vetar material questionável. Segundo ele, como resultado "desta série terrível de eventos", a companhia revisa seu fluxo para receber denúncias sobre material inadequado. O comunicado foi feito em um blog.

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Na tarde de domingo, 16, Steve Stephens, de 37 anos, divulgou dois vídeos na rede social, um deles no qual anunciava sua intenção de cometer um assassinato e um segundo, no qual se aproximou de um homem mais velho, identificado como Robert Godwin, de 74 anos, e atirou na cabeça dele. Cerca de 10 minutos depois, ele foi para o Facebook Live, uma plataforma de transmissão instantânea, e falou sobre isso e seus outros supostos crimes. 

Stephens começou a divulgar os vídeos no Facebook às 14h09, segundo a própria rede social. O Facebook recebeu o primeiro relato sobre o segundo vídeo, que continha a cena do ataque a tiros, por volta das 16h, retirando o material da página de Stephens às 16h22, mais de duas horas após o homem começar a veiculá-lo. A rede social foi alvo de críticas por não conseguir monitorar mais de perto a violência em suas plataformas.

A empresa agora planeja buscar meios que facilitem a denúncia de vídeos ou acelere o processo de revisão de itens logo que são reportados. “Nós priorizamos denúncias com sérias implicações de segurança para nossa comunidade e estamos trabalhando para que a revisão se torne ainda mais rápida”, disse Osofsky.

O vídeo divulgado por Steve está entre os exemplos mais extremos do uso de ferramentas da rede social para promover ou exibir a violência. Também reaviva questões sobre a prontidão do Facebook para lidar com material sensível ou violento divulgado ao vivo em sua plataforma. "Este é um crime horrível e não permitimos esse tipo de conteúdo no Facebook", afirmou uma porta-voz da empresa em comunicado. "Nós trabalhamos duro para manter um ambiente seguro no Facebook."

O Facebook tem regras rígidas que proíbem o uso do site para promover a violência e possui equipes de moderação de conteúdo para verificar violações. Uma equipe está encarregada de verificar os vídeos ao vivo e, em caso de problemas, retirá-los do ar. Caso um vídeo atinja certo número de visualizações, ele vai automaticamente para revisão, segundo fontes da companhia. 

Investigações. A polícia de Cleveland oferece uma recompensa de US$ 50 mil pela captura de Steve Stephens. Autoridades disseram ter recebido “dezenas e dezenas” de dicas sobre a possível localização do suspeito e que tentou convencê-lo a se entregar quando falaram com ele pelo celular após o crime, mas Stephens permanece em liberdade quando a busca por ele se expandiu por todo o país. /Dow Jones Newswires e Reuters

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