PUBLICIDADE

Apresentador da BBC negou abuso em vídeo

TV da Irlanda do Norte exibe gravação de 6 anos atrás na qual Jimmy Savile falava sobre o caso

Por LONDRES
Atualização:

A UTV, uma rede de TV da Irlanda do Norte, descobriu um vídeo de uma entrevista de Jimmy Savile, seis anos atrás, em que o apresentador de televisão, acusado de abuso contra centenas de menores, nega que tenha se envolvido em qualquer "atividade sexual com menores". A gravação foi descoberta no momento em que policiais britânicos estimam que o número de vítimas que teriam sido abusadas por Savile seja superior a 300. O ex-apresentador foi um dos mais famosos astros de TV na Grã-Bretanha e comandava programas infantis na BBC. Segundo a polícia do país, porém, ele era um assediador sexual contumaz. De acordo com as autoridades britânicas, Savile coagiu ou convenceu adolescentes a manter relações sexuais com ele - em seu carro, seu trailer e até em camarins, dentro das instalações da emissora. O número enorme de vítimas aumenta a suspeita da polícia de que o comportamento de Savile era amplamente conhecido dentro do mundo do entretenimento, especialmente na BBC. Das pessoas que apresentaram queixa, apenas duas não são mulheres. Segundo Peter Spindler, comandante da polícia, a "grande maioria" das acusações recebidas eram somente contra Savile, enquanto que as restantes o envolviam e ainda outras pessoas ou episódios em que o apresentador não estava implicado. Embora tenha deixado claro que os investigadores não encontraram nenhuma prova de uma "rede de pedofilia", como alguns jornais sugeriram, ele disse que inúmeras "pessoas vivas" estavam sob investigação.Posteriormente, um artigo publicado no site de notícias da BBC, citando "fontes próximas da Scotland Yard", que não foram identificadas, informou que a polícia estava examinando algumas "pessoas de projeção" que poderiam ter ajudado Savile.O escândalo causou uma das mais graves crises da história da BBC, rede pública britânica, afetando a imagem de seu atual diretor geral, George Entwistle, que assumiu o cargo em setembro, com a saída de Mark Thompson, novo presidente e diretor executivo da The New York Times Co.Thompson era diretor-geral da BBC quando o editor de um programa jornalístico cancelou uma investigação sobre o apresentador no fim do ano passado, ocasião em que outras divisões planejavam prestar tributos a ele, dois meses depois da sua morte.Thompson afirmou diversas vezes que não sabia nada a respeito da investigação planejada pelo editor do programa Newsnight, que não teve nenhuma participação no seu cancelamento e não ouviu nada de suspeito sobre Savile. Ele concordou em ser interrogado pelo Parlamento e por investigadores independentes que examinam os fatos ocorridos na BBC. / REUTERS, AP e AFP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.