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Apuração na Catalunha aponta vantagem para independentistas

Bloco de partidos favoráveis à secessão da Espanha pode obter a maioria dos assentos no Parlamento, alcançando o direito de formar governo; prognósticos são apertados, e só apuração completa definirá o quadro

Por Andrei Netto
Atualização:

BARCELONA - Em uma eleição histórica e com altíssima participação, superior a 80% do eleitorado, a Catalunha decidiu aparentemente devolver o poder regional ao bloco de partidos independentistas que governava até a intervenção de Madri, em novembro. Resultados da apuração parcial indicavam que o partido unionista de centro-direita Ciudadanos teria alcançado a maioria dos votos, mas as três legendas secessionistas estariam próximas de somar o mínimo de 68 votos para alcançar a maioria no Parlamento. 

A eleição ocorre em um regime de exceção, após uma campanha conturbada pela prisão de vários das mais importantes personalidades políticas da região. Foto: Foto: YVES HERMAN|REUTERS

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Crise. A Catalunha tentou nesta quinta-feira, 21, pelo voto, sair da maior crise política de sua história contemporânea. Sob intervenção direta de Madri há 50 dias, quando o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, anunciou a inédita destituição do governador secessionista Carles Puigdemont, o fechamento do Parlamento e a anulação da autonomia regional, 5,3 milhões de eleitores poderão escolher o novo líder político regional. A unionista de centro-direita Ines Arrimadas e o independentista de esquerda Oriol Junqueras são os candidatos favoritos.

A eleição ocorre em um regime de exceção, após uma campanha conturbada pela prisão de vários das mais importantes personalidades políticas da região. Junqueras, ex-vice de Puigdemont e chefe do partido Esquerda Republicana Catalã (ERC), não pôde defender sua própria candidatura por estar preso, acusado pela Justiça de rebelião contra a segurança nacional e desvio de verbas públicas. Ainda assim, divide a liderança em todas as pesquisas eleitorais com Arrimadas, de 36 anos.

Em um cenário de alta fragmentação política e de grande polarização entre independentistas e unionistas, a campanha se limitou à relação entre Barcelona e Madri, tornando-se um plebiscito informal sobre a independência. 

A disputa opõe dois blocos, o dos partidos independentistas e o das legendas unionistas, cada um com cerca de 50% das intenções de voto, de acordo com as pesquisas de opinião, unânimes em apontar um empate técnico. Chave do pleito, a participação começou alta, com filas nas seções eleitorais, e pode chegar a recorde histórico na Espanha.

++ Questão separatista divide catalães às vésperas de eleição

A mobilização da opinião pública se dá em razão da gravidade da crise política e institucional, a pior do país desde o período da redemocratização, entre 1978 e 1981. 

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