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Árabes arrecadam US$ 150 milhões para os palestinos

Por Agencia Estado
Atualização:

Árabes do Golfo Pérsico contribuíram com US$ 150 milhões para os palestinos em vários programas de arrecadação pela tevê. Apesar das diferenças, árabes usaram hoje dinheiro e protestos como armas na luta contra ataques militares israelenses contra os palestinos. Na Arábia Saudita, um programa televisivo supervisionado pelo Estado arrecadou US$ 85 milhões. O programa foi ordenado pelo rei Fahd, para canalizar a revolta sentida pelos sauditas não para manifestações violentas. No vizinho Bahrein, um programa semelhante levantou cerca de US$ 13 milhões, sendo que US$ 4 milhões foram doados apenas pelo rei da ilha, o primeiro-ministro e o príncipe coroado. Em outros Estados do Golfo, três programas de tevê realizados nos últimos dias arrecadaram US$ 53 milhões para os palestinos. O bilionário investidor príncipe Alwaleed bin Talal doou US$ 27 milhões no programa saudita. Parte da doação foi o cheque de US$ 10 milhões que ele havia oferecido em outubro às vítimas dos ataques de 11 de setembro em Nova York. O então prefeito de Nova York Rudolph Giuliani inicialmente aceitou o cheque, mas o devolveu posteriormente depois que Alwaleed exortou os EUA a reavaliarem suas políticas no Oriente Médio e adotarem uma posição mais equilibrada em relação aos palestinos. Num comunicado hoje, Alwaleed disse que metade da doação será usada para a reconstrução da infra-estrutura palestina destruída pelas forças israelenses, e o resto será entregue em forma de produtos, incluindo 100 jeeps e roupas. Campanhas de levantamento de fundos ganharam força nos últimos dias como alternativa a violentos protestos antiisraelenses que têm sido promovidos diariamente no Oriente Médio nas últimas duas semanas. A respeitada colunista Nourah Abdul Aziz el-Khereiji escreveu no Arabe News, de língua inglesa, que os árabes deveriam enviar armas para os palestinos, e não apenas dinheiro. "Nosso povo... exige um boicote a Israel e à América", escreveu ela. "Ele quer uma jihad (guerra santa) na Palestina". Foi noticiado que a polícia saudita isolou o consulado norte-americano na cidade oriental de Dhahran e evitou que pessoas protestassem no local após as orações de hoje. Na Jordânia, grupos oposicionistas cancelaram uma passeata até a embaixada dos EUA em Amã depois que a polícia bloqueou a área vizinha com veículos blindados. Um organizador da marcha, Mohammad Oran, disse que o cancelamento visou a "proteger a vida dos cidadãos... e devido à preocupação com a segurança nacional". A polícia informou que diversos jordanianos foram feridos, mas não deu números. A Frente da Ação Islâmica, o maior grupo de oposição islâmico da Jordânia, afirmou que "centenas" foram presos. Três protestos foram realizados em Amã e em vizinhos campos de refugiados palestinos. Cerca de 500 palestinos promoveram uma passeata pelo campo de Wehdat, pedindo ao presidente iraquiano, Saddam Hussein, para atacar a cidade israelense de Tel Aviv e gritando "Morte a Israel". Centenas de libaneses confrontaram-se com a polícia na frente da embaixada dos EUA em Beirute. Testemunhas relataram que 22 pessoas, entre elas 11 policiais, ficaram feridos. Os choques tiveram início quando os manifestantes tentaram marchar até a embaixada. No Cairo, Egito, cerca de 1.000 fiéis na Mesquita al-Azhar gritaram insultos contra o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon. "Sharon, você é um mentiroso! Israel é terrorista", gritavam. O grão xeque Mohammed Sayed Tantawi, o mais alto clérigo islâmico no Egito, elogiou os atacantes suicidas palestinos, dizendo: "Aquele que se explode entre esses agressores (israelenses) é um mártir, mártir, mártir, e quem disser o contrário é um... mentiroso". Ao mesmo tempo, a Egypt Air anunciou ter suspendido os vôos de sua subsidiária Air Sinai para Israel, disse um porta-voz da empresa aérea egípcia. A decisão foi tomada em resposta ao "crescente furor popular egípcio contra os massacres de palestinos promovidos por israelenses".

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