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Árabes comparecem em bom número às urnas em Israel

Por Agencia Estado
Atualização:

Os árabes israelenses, que há dois anos boicotaram uma eleição para primeiro-ministro, compareceram às urnas em bom número nesta terça-feira para votar majoritariamente por partidos árabes que os representem no Parlamento. "Estamos votando hoje para mostrar que somos daqui e nunca deixaremos este país", declarou Suleyman Abu Ghosh, de 26 anos, morador do bairro árabe de Abu Ghosh, nos arredores de Jerusalém. Jafar Farrah, diretor do Centro Mossawa, um instituto árabe de pesquisas, disse ter entrado em contato com diversos locais de votação e calcula que aproximadamente 65% dos eleitores árabes foram às urnas hoje, número pouco inferior à média nacional. Nas eleições de fevereiro de 2001, apenas 17% dos eleitores árabes votaram. O boicote foi influenciado por diversos fatores. Havia descontentamento com o então primeiro-ministro Ehud Barak, a quem se atribuiu a culpa pela morte de 13 árabes israelenses pelas mãos da polícia durante protestos realizados ainda no início da segunda intifada palestina, quando a revolta tinha ainda poucos meses. A outra única opção era Ariel Sharon, particularmente rejeitado pelo mundo árabe em geral. Além disso, como não havia cadeiras do Parlamento em jogo, não havia partidos árabes pelos quais eles poderiam votar. O boicote gerou discussões sobre quanto os árabes israelenses sentem-se excluídos pela maioria judaica do país. Os árabes israelenses - 1,2 milhão dos 6,6 milhões de habitantes de Israel - são simpáticos à causa palestina e muitas vezes reclamam de discriminação por parte do governo israelense. Apesar disso, com raras exceções, os árabes israelenses participam da política local e não se envolvem em atos de violência. Os eleitores árabes tem a opção de escolher entre três partidos árabes ou um árabe-judeu. Alguns votam por partidos dominados por judeus, como o Partido Trabalhista, e poucos escolhem o Shas, um partido religioso que prega o judaísmo ultraortodoxo. Calcula-se que os eleitores árabes somarão 12% do total de votos da eleição de hoje. Segundo o Centro Mossawa, os partidos árabes devem obter em torno de 9 das 120 cadeiras do Knesset (Parlamento).

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