Árabes denunciam Sharon por crimes de guerra nos EUA

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Por Agencia Estado
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O Comitê Antidiscriminação Árabe-Americano está acusando Ariel Sharon, o novo primeiro-ministro de Israel, de pelo menos quatro massacres de centenas de civis desarmados na Cisjordânia e no Líbano. "Acreditamos que se ele fosse um sérvio ou um ruandês, o mundo estaria se preparando para levá-lo para um tribunal internacional de crimes de guerra em vez de saudá-lo como líder de um Estado-membro da ONU", disse Hussein Ibish, um porta-voz do grupo. O comitê, que tem cerca de 20.000 filiados nos Estados Unidos, a maioria de árabes americanos, fez circular um press release de uma página no qual lista os quatro "mais notáveis massacres" de civis desarmados. Eles foram em El-Burj, na Cisjordânia em 1953 com 15 mortos; Qibiya, na Cisjordânia, em 1953 quando morreram 73; a "pacificação" em Gaza em 1972, que teve um número não determinado de mortos; Sabra e Chatila no Líbano em 1982, com centenas de mortos. O comunicado também traz "notáveis declarações" que o grupo atribuiu a Sharon, entre elas "ninguém irá tocar Judéia e Samária (Cisjordânia) e nem Gaza. Elas nos pertencem, têm sido nossas por milhares de anos, eternamente." Ibish disse que "o objetivo é relembrar as pessoas que o general Sharon tem um longo histórico de ações que normalmente seriam classificadas de crimes de guerra." A eleição de Sharon "não significa que ele se tornou repentinamente aceitável", afirmou Ibish. Quando o Partido da Liberdade, de Joerg Haider, foi eleito para dividir o poder na Áustria no ano passado "ele não foi visto como legítimo. Trata-se de um partido racista e anti-semita, e o mesmo deveria ser aplicado (no caso de Sharon)", argumentou. "O senhor Sharon tem um histórico de declarações intolerantes semelhantes às do senhor Haidar. Mas o senhor Haidar não tem um histórico de violência contra civis", disse o porta-voz.

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