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Árabes exigem fim da ação de Israel

Por Agencia Estado
Atualização:

A campanha militar de Israel não irá trazer segurança para seu povo, mas sim o ódio de 300 milhões de árabes, afirmou nesta quinta-feira o presidente egípcio, Hosni Mubarak. Num discurso televisionado à nação, Mubarak acusou o governo de Israel de ignorar resoluções internacionais e suas repetidas advertências sobre o perigo de uma invasão dos territórios palestinos. "Isto exige que a comunidade internacional como um todo tome uma decisiva posição que traga de volta o governo israelense à sanidade", disse Mubarak. Seu discurso de 15 minutos foi uma das várias iniciativas tomadas nesta quinta-feira por países árabes para responder à exigência de seus cidadãos cada vez mais revoltados de apoio aos palestinos. O ministro do Exterior da Jordânia, Marwan Muasher, viajou nesta quinta-feira para Washington dizendo: "Os Estados Unidos são a única parte que pode influenciar o governo israelense para retirar-se dos territórios palestinos". Ministros do Exterior árabes devem se reunir sábado na sede da Liga Árabe, no Cairo, para considerar uma resposta à ofensiva israelense nos territórios palestinos. Em sua primeira resposta pública à ofensiva israelense, que teve início em 29 de março, Mubarak afirmou: "Chegou a hora de o governo israelense enfrentar com coragem sua incapacidade de oferecer segurança para seu povo através da força militar. Também chegou a hora de Israel admitir que sua contínua presença nos territórios palestinos é uma ocupação e a usurpação dos legítimos direitos do povo palestino". Mubarak disse que a ofensiva irá apenas aprofundar "o sentimento de ódio de cerca de 300 milhões de árabes em relação ao Estado de Israel e àqueles que apóiam suas atuais políticas". Ele afirmou ter enviado duas cartas para o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, exortando sua administração a intervir no conflito israelense-palestino porque Washington carrega "uma responsabilidade especial" por sua posição de co-patrocinador do processo de paz. Menos de uma hora depois do discurso de Mubarak, Bush anunciou em Washington que estava enviando o secretário de Estado Colin Powell ao Oriente Médio numa nova missão de paz. O Egito havia divulgado na quarta-feira que estava limitando seus contatos diplomáticos com Israel àqueles que "servem à causa palestina", sublinhando sua irritação com o Estado judeu sem fechar um canal de negociação. O Egito, Jordânia e Mauritânia são os únicos países árabes que têm relações com Israel. Muasher adiantou que a Jordânia não irá romper relações com o Estado judeu porque "estabeleceria um precedente para Israel recuar de seus compromissos e acordos com países árabes e os palestinos". Na cidade sulista libanesa de Sidon, cerca de 30.000 pessoas - a maioria estudantes - agitaram bandeiras palestinas e queimaram bandeiras de Israel e dos EUA e um boneco representando o primeiro-ministro Ariel Sharon. Cerca de 5.000 manifestantes promoveram um protesto semelhante em Nabatiyeh, sul do Líbano. No Egito, uns 3.000 estudantes e professores se manifestaram no campus da Universidade de Aswan, sul do país, queimando bandeiras israelenses e fotos de Sharon. No centro do Cairo, cerca de 200 manifestantes concentraram-se na frente de uma das poucas sinagogas remanescentes no Egito, gritando slogans anti-Israel e pedindo a expulsão do embaixador israelense. No aeroporto do Cairo, 40 pilotos egípcios promoveram um protesto exigindo a suspensão dos vôos para Tel Aviv para aliviar o "sofrimento psicológico" das tripulações que trabalham na rota. Na Síria, milhares promoveram uma passeata em Damasco gritando slogans antiisraelenses e exigindo: "Vocês, líderes árabes, parem os massacres do povo palestino!"

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