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Árabes querem retirada israelense para normalizar relações

Declaração foi feita após Olmert convidar líderes do Oriente Médio para discutir paz

Por Agencia Estado
Atualização:

Israel deve primeiro retirar-se dos territórios árabes ocupados em 1967 e permitir a criação de um Estado palestino soberano, independente e viável antes da normalização das relações com os países árabes, disse uma fonte no governo saudita nesta segunda-feira, 2. Mesmo que sob condição de anonimato, trata-se da primeira declaração de uma autoridade saudita sobre o assunto desde o convite feito ontem pelo primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, aos líderes árabes para que as idéias sobre a paz sejam discutidas. A fonte saudita disse que, "antes de qualquer reunião ser considerada", Israel deve aceitar a proposta de paz apresentada em 2002 pela Arábia Saudita e reendossada há alguns dias pela Liga Árabe. A proposta saudita prevê a normalização das relações entre os países árabes e Israel em troca da retirada israelense de todos os territórios árabes ocupados em 1967 e de uma "solução justa" para os refugiados palestinos. Convite de Olmert O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, convidou neste domingo, 1, os líderes de todos os países árabes para uma conferência regional para discutir a paz no Oriente Médio. De acordo com Olmert, a idéia é que os líderes se reúnam com ele e com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, para falar livremente e discutir as opiniões para solucionar o conflito árabe-israelense. A declaração foi feita numa entrevista coletiva conjunta concedida ao lado da chanceler alemã Angela Merkel. No encontro em Jerusalém, Olmert disse que estava aproveitando a presença da atual presidente da União Européia para fazer este convite. "Eu gostaria de aproveitar esta importante oportunidade de estar com a presidente da UE para convidar todos os chefes de Estado árabes, inclusive o rei da Arábia Saudita, para uma conferência", declarou Olmert. A Alemanha ocupa atualmente a presidência de turno da União Européia. Segundo ele, cada lado deveria levar à mesa de negociações suas exigências sem tentar ditar os termos. Possível ataque O ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, afirmou nesta segunda-feira que o Exército do país está autorizado a promover ações militares limitadas contra supostos militantes palestinos na Faixa de Gaza, disseram fontes do Ministério da Defesa. Trata-se da mais recente ameaça a um cessar-fogo no território palestino litorâneo. A declaração também vem à tona um dia depois de o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, ter chamado líderes árabes para uma conferência de paz no Oriente Médio. O premier minimizou as chances por enquanto de lançar qualquer ofensiva israelense dentro de Gaza, mas não descartou essa possibilidade. Peretz emitiu o alerta depois de alguns foguetes rústicos terem sido lançados na direção de Israel sem causar vítimas e após integrantes do comando militar terem manifestado temores de que o braço armado do grupo islâmico Hamas estaria aproveitando o momento de calma para se rearmar.

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